tag:blogger.com,1999:blog-347117492024-02-19T08:29:22.291-03:00ZURZIRCrônicas, textos, ensaios, afins, idéias em movimentos...Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comBlogger177125tag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-44373635440804357292020-11-17T00:22:00.001-03:002020-11-17T00:22:36.550-03:00Pronomes Indefinidos<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp8YdEjLzvdcvb-2JhbvSiDB1fXKbp0s-6UfJD48IgzXOu8AqAH2NIaCaj9sLira44aeCZ37Dkkqj2JecZV0ExvUG6fuoif18ng0hmuwZkTV74uCBtVUJWGlf4CaTfII-HQB4QZA/s847/pais-filhos-tatuados-02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="847" data-original-width="605" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp8YdEjLzvdcvb-2JhbvSiDB1fXKbp0s-6UfJD48IgzXOu8AqAH2NIaCaj9sLira44aeCZ37Dkkqj2JecZV0ExvUG6fuoif18ng0hmuwZkTV74uCBtVUJWGlf4CaTfII-HQB4QZA/s320/pais-filhos-tatuados-02.jpg" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">E o carro veio sei lá de onde.
Só o vi de canto dos olhos com os faróis crescendo e batendo em cheio na
lateral do meu. Era vermelho e me fez capotar inúmeras vezes. Não sei como
dizer, mas tudo pareceu estar em câmera lenta. Dizem que quando algo grave nos
acontece, que beiramos a linha final da vida, vemos um filme passar diante dos
olhos. Não vou dizer que vi um filme, mas pensei em coisas que deveria ter dito
ou feito e escolhi nesse momento escrever uma carta diretamente a alguém.
Escolhi, dessa forma, rever os meus pontos rompidos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Então inicio a carta narrando cada palavra nas linhas
desse papel que voa entre as reviradas do carro e o impacto cada vez maior
causando danos. Vamos lá iniciar enquanto meus ossos estão quebrando misturados
aos espatifados de vidros.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não ouço violinos e se os ouvissem os quebraria um a
um. Para tanto vou começar meu diálogo, ou melhor, diria um monólogo num teatro
vazio onde a plateia não está presente e muito menos, me ouve. Falo para você
que envelheceu e não viu o que deixou para trás e muito menos o que poderia
fazer presente tão ao seu lado e ao futuro que sequer imagina.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O carro parece um liquidificador e eu um pedaço de
carne moída a seco. E tudo está tão devagar. Vejo retalhos de pano e assento
passando diante do meu nariz como se a gravidade não estive poder. E nesse
pandemônio eu vejo o quão distante nos tornamos mesmo estando lado a lado. Eu
comprei a briga da minha mãe. Dos meus irmãos. E não que você seja um seu jeito
ruim, só que eu não o vejo assim tão bom. Sim, estou sendo injusto, e olha me
esforço para que não seja. Tu sabes, eu não me lembro de sorrir ao teu lado. E
forcei muito. Lembro-me de ver jogos de futebol, de compartilhar algumas
frases, mas não de um momento onde o sentimento prevalecesse. E como dói. O
carro mesmo lento ele sacode e o choque é inevitável.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como sacode. O sangue agora voa como se pincelasse
uma tela à minha frente. A conversa uníssona prossegue como um ritual numa
missa. Meus irmãos dizem que devo perdoar. Que devo ser mais compreensivo. Que
devo, simplesmente devo. Que eu sou o mais querido, que tudo em relação às
coisas que ele não às tiveram. Sim, concordo. Mas com o passar do tempo
descobri que o que eu tive a mais foi a minha mãe que buscou e que incentivou
em seu nome. Nossa, eu queria tanto ser teu amigo, E nos tornamos colegas de
apartamento. Dói cada impacto. A velocidade aumenta.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Considero muitas coisas e tento mesmo cuidar da sua
velhice. Chamar de pai não parece cômodo. Vai parecer ridículo, mas lembro de
pouca coisa da minha infância, mas lembro com clareza dele me dizer na praia
para chama-lo de tio. E claro nunca fiz isso, porém o chamo pelo nome desde
então. Nosso tempo está acabando. Um de nós será enterrado. Talvez
simbolicamente. Inevitavelmente, no âmbito físico. Hoje creio que seja eu.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;">Posso parecer dramático por
não saber lidar com essa relação. Posso parecer patético por expor situações de
falta de amparo. Nada será igual mesmo na nossa semelhança que os anos me obrigam
a ser cada vez mais. Os opostos se atraem e os iguais se repelam. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;">O carro não para de rodopiar e
dar cambalhotas. Sinto que estou numa coqueteleira de <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>mistura de suor, sangue e lágrimas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;">A melhor maneira de tudo acabar
será quando o carro se chocar com o final dessa estrada, rua, avenida ou viela.
Um muro de contenção. Que pode ser num abraço. Mas o carro já está destruído e
não cheguei ate o fim. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;">Só abri os olhos aguardando a
contagem regressiva para fazer as pazes comigo mesmo.<o:p></o:p></p>Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-47121832329097650222020-01-23T22:42:00.001-03:002020-01-23T22:50:21.322-03:00Sob o Olhar das Moiras<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2LTslGQy_vGr_7VLrN8UInsfLhVrSBxfPi71qzAO8SRnqYRDvj2lfN0P3AuqTNY67GlpDWlqBoDrWC_LO4EMzY6P9Fl6URmTLLWmeUrzQPFalTXtfRJMK5EuFbD__4kg9QhJh3g/s1600/fire_watch_515368.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2LTslGQy_vGr_7VLrN8UInsfLhVrSBxfPi71qzAO8SRnqYRDvj2lfN0P3AuqTNY67GlpDWlqBoDrWC_LO4EMzY6P9Fl6URmTLLWmeUrzQPFalTXtfRJMK5EuFbD__4kg9QhJh3g/s320/fire_watch_515368.jpg" width="320" /></a></div>
<i><b>"Eu dou passos largos em espaços curtos/tenho a visão clara de lugares escuros/sigo adiante, quando paro de hesitar/fico distante em qualquer outro lugar/</b></i><br />
<i><b><br /></b></i>
<i><b>Começo o dia afim do seu terminar/termino o dia ao fim do seu começar/não enxergo apenas o que posso alcançar/já me perdi em sonhos para na realidade me encontrar</b></i><br />
<i><b><br /></b></i>
<i><b>E quando tudo estiver por um fio/em minhas mãos estará a tesoura para se soltar/no batimento quente de um coração frio/o abraço longo de se confrontar</b></i><br />
<i><b><br /></b></i>
<i><b>O sussurro do dia passou quando o tempo gritou!"</b></i>Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-75456053856848953392019-06-10T18:23:00.001-03:002019-06-10T18:23:22.559-03:00ESPERANDO A MARÉ ALTA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKshYEgS8I2KYeqA6FfZpbDOnNQabd18qN2FDx-nxzXkCp10ybrmI2Tg1CgduPsT3dDOlDaNvm4rtjajac5K1AUbNDqTBiVc5f6-ahHJ2hvgVqP4esbwr3HgIb9BOGBPm3g-i0dA/s1600/copo_quebrado1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1325" data-original-width="1600" height="165" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKshYEgS8I2KYeqA6FfZpbDOnNQabd18qN2FDx-nxzXkCp10ybrmI2Tg1CgduPsT3dDOlDaNvm4rtjajac5K1AUbNDqTBiVc5f6-ahHJ2hvgVqP4esbwr3HgIb9BOGBPm3g-i0dA/s200/copo_quebrado1.jpg" width="200" /></a></div>
<br />
Estou com a mão no queixo, punho fechado, cabeça caída olhos abertos. Fico olhando o copo transparente, incolor, que bebi muito uísque com o passar dos anos. Depositei ali muito mais que o liquido ou o dinheiro que paguei por cada gota. Pus muitas histórias. Tive uma sensação de desgaste. De finito. Daquilo que já foi.Secou. Restou apenas a poeira do desuso.<br />
<br />
Sabe como ser um ator coadjuvante de um filme famoso é diferente de ser o protagonista de um filme desconhecido. Na soma dos dois, você desaparece nos créditos. No mais pontual que seja estará como um fato ocorrido na trama. Auxiliou no trajeto da história. Pode marcar, claro! Ganhar o Oscar. Entretanto a história não é sobre você.<br />
<br />
Na vida temos momentos, óbvio, que vão do êxtase ao completo ostracismo. Ganhamos, perdemos, empatamos ou simplesmente participamos. Depende desse momento, do qual se encontra, com quem se encontra.<br />
<br />
No ´passar dessa vida e por essa vida, eu me deparei claramente nas armadilhas de ser eu, como protagonista numa história que não é minha. Tive o engodo de considerar colegas de trabalho ( uns foram conhecidos, quase amigos) como amigos. E deixei de lado amigos por não ter tempo. O que consegui com isso foi a afastamento de alguns e ser afastado por outros. Em suma, fui sendo esquecido, lembrado apenas nos créditos ou nas imagens captadas ali ou ali num piscar de olhos.<br />
<br />
Fico agora passando o dedo indicador sobre a borda do copo fazendo todo o circuito da elipse, continuamente. O ciclo ininterrupto do que vivi nessas lembranças que embebedam o pensamento.<br />
<br />
Não, não bebi uma gota sequer. Elas estão todas na memória. Na análise. Nesse divã mal feito de miligramas de álcool. Pensando nos valores que não tive com A, B ou C. Nas palavras ditas e nas não ditas. Na falta de compreensão. E de intenção.<br />
<br />
Agora bato com as unhas num ritmo contínuo ao lado do copo. Repetitivo. Mas se observar bem, o ritmo muda, acelera, desacelera, muda a intensidade de acordo com o movimento do dedo. A primeira impressão é a que fica, mas as digitais nesses copo, mesmo que sejam limpas várias vezes, estarão ali e se misturarão a outras somando.<br />
<br />
A história não acabou, certamente. Mas os protagonistas serão outros. Estarei eu no enredo por enquanto, dando o melhor de mim ao atuar com naturalidade em ser eu. Só que vou estar mais consciente que posso não ser mais quem leva a história adiante.<br />
<br />
Olho através do copo que ergo com a mão direita., fecho um dos olhos e avisto o outro lado, onde está a rua emoldurada pela janela aberta. Vejo o seu distorcido. No copo seco desce uma gota, não sei como ela apareceu, e ela parece como se ali dentro escorresse uma lágrima.<br />
<br />
Pode não ser o momento, mas continuo esperando a maré alta.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-52726295043349245102019-04-16T15:55:00.000-03:002019-04-16T15:55:00.406-03:00A Chama não tem Sombra<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimMyElPu9qDhvMLV2eUT6-L12I9Ui8ySh3Ch2MXlIb0qehdaPd5Av6vOMHVAWKFPqR9sPYuhh9lQT3LSM9hPRFG_kBFiBSOlbMa3TU1vZ4OZ1vZyXq2Fe5JVSlW1xzOwzFAVW2SA/s1600/028_5184x4200_all-free-download.com.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1297" data-original-width="1600" height="259" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimMyElPu9qDhvMLV2eUT6-L12I9Ui8ySh3Ch2MXlIb0qehdaPd5Av6vOMHVAWKFPqR9sPYuhh9lQT3LSM9hPRFG_kBFiBSOlbMa3TU1vZ4OZ1vZyXq2Fe5JVSlW1xzOwzFAVW2SA/s320/028_5184x4200_all-free-download.com.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">A cabeça como uma casa assombrada</span> pelas conversas de diálogos. Pensamentos arrastando correntes pelos recintos diversos. Imagens nos espelhos que fixam o meu olhar profundamente.<br />
<br />
Ok, você já se sentiu assim?! Já teve vontade de pegar gasolina num recipiente e despejar nas escadarias da varanda onde descansa, numa cadeira de praia, algum punhado de frustrações e suas malas de angústias, acabando com todos os fantasmas. É uma afrmação a partir da resposta positiva do começo. Caso não, então sinta-se reconfortado pelo calor de um sentimento que lhe conforta. A fé que o defende.<br />
<br />
Nesses pensamentos que são rodopiados dentro do liquidificador que você não sabe bem classificar, o que se deve pensar, sentir ou qualquer outro verbo que enfie goela abaixo.<br />
<br />
Certas coisas não podem ser definidas. A solidão nem sempre se dá pela ausência física, mas incontinência da falta da presença. Exemplo: um casamento pode ser uma relação entre dois ausentes. Uma solidão presente. A morte deixando os que aqui ficam vivos do dia a dia, fomenta a solidão em momentos de saudade. Ambas queimam.<br />
<br />
A raiva ao extremo num grito que lhe tira todas as forças e o faz cair num buraco fundo demais para se segurar com desculpas, queima a ponta dos dedos ao se agarrar nas paredes estreitas,<br />
<br />
O amor que não se vê na sombra atrás de quem você ama. Queima com ardor ao toque na pele, ao beijo curto, no abraço longo e na sua inversão. Causa medo.<br />
<br />
E os medos assustam, obviamente. Provocam. Incentivam. Passamos cerca de boa parte de nossas vidas tendo medo. Seja quando crianças com os seres fantasiosos, seja com os obstáculos, nos transformam ao conquistar etapas, vencer obstáculos, aprender com novas descobertas. E esses medos continuam somando, diminuindo, multiplicando-se ou dividindo-se até serem superados para novos medos surgirem. Mas o que move essa caixa de abelhas raivosas causando insegurança na sua vida é exatamente o que não vê.<br />
<br />
Essa chama que queima. Essa chama que esquenta. Que acalenta. Que sensibiliza. Que lhe faz acreditar.<br />
<br />
A cabeça continua assombrada com seus fantasmas batendo sinos. Você vai ter medo. Mas saiba que dentro de você há a chama que ilumina sua sala de estar para esperar o que você pode enfrentar. Não precisa fechar os olhos e respirar fundo. Apenas aqueça-se nessa chama que lhe faz sombra.<br />
<br />
<br />Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-55818666597659256712017-10-13T18:47:00.002-03:002019-04-16T15:55:20.917-03:00Quebra-cabeças<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLZORnxzB7lVClpML8x_F86pXaWOolNg7NxzL52Q73Axdbt8gHbCw_X5pawIE8CDEjmUm1LJh-TpCjYpWso94khRDcE7gttrleF4ts8R03IRxaByegyWTWHBZ6IwmPNCy2BxaeCw/s1600/quebra-cabeca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="963" data-original-width="1600" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLZORnxzB7lVClpML8x_F86pXaWOolNg7NxzL52Q73Axdbt8gHbCw_X5pawIE8CDEjmUm1LJh-TpCjYpWso94khRDcE7gttrleF4ts8R03IRxaByegyWTWHBZ6IwmPNCy2BxaeCw/s320/quebra-cabeca.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O menino senta-se sobre as pernas
cruzadas em cima do carpete de matiz marrom. Ele junta-se no espaço dos seus
brinquedos espalhados. Bonecos de super-heróis, carrinhos de plástico e de
ferro à fricção, animais de borracha, serpentes de silicone e de papel, tijolos
de montar, quebra-cabeças de figuras de desenhos animados. O menino é o ser
supremo que dá vida a cada brinquedo que assumem personalidade, vontades própria,
vozes e até conseguem sentir. Tudo devidamente sonorizado pela mesma voz cheia
de onomatopéias, gritos, sussurros e explosões de impacto, muito impacto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ele tem o universo de atenções
dispersadas. Brinca com uma coisa que interage com outra que deixa de lado para
terceira opção e assim vai seu livre arbítrio de construir tudo através da
desconstrução do todo. A sua teoria do caos. Mas que acaba tendo uma lógica
uniforme. Ele observa quem o observa e o traz para dentro do seu mundo puxando
para a nova dimensão. Não importa se ao seu redor há outras realidades advindas
da televisão ainda companheira ou do tablet que jaz ao chão logo adiante. Não importa
se outras vozes são ouvidas. Ele administra aquele mundo que se amplia através
dessas realidades.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O observador agora participante
torna-se peça desse mundo do menino. O detentor das diretrizes das vidas e
escolhas a serem tomadas até suas tentativas infrutíferas que devem ser
alteradas de acordo com os obstáculos. O menino pede auxilio com certa veemência
até, para que seus propósitos sejam alcançados. Nada absurdo chega a ser
estimulante ao observador, agora participante, desse mundo. Os poderes dos
super-heróis vão sendo replicados e ambos recriam as ações. O menino solicita
ajuda para lutar contra a sucuri gigante e feroz no rio de almofadas. Ele,
outrora, se torna um escalador de paredes apoiando pés e mãos nela e o seu
companheiro o ergue dando-lhe o tão esperado poder aracnídeo. Outras então, um
dragão ou um foguete humano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O menino conversa, ri, brinca,
abraça e até se declara. Faz o seu companheiro encher os olhos de lágrimas que
são seguras como se ele pudesse amarrá-las. Coisas ditas como “meu querido”, “te
amo do tamanho de uma titanoboa ( cobra pré-histórica que media em torno de
15-18 metros e podia devorar um dinossauro de pequeno porte)”, “você é mais
forte que o Hulk( personagem dos quadrinhos de força descomunal )”, ou simplesmente
um beijo ou abraço forte. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E chega a hora de descansar. Apagar
o sol do lustre e anoitecer o mundo fictício. Amanhã será outro dia e as
aventuras reservarão novas descobertas. O menino continuará imaginando e
vivendo sua realidade ao lado de tantas outras realidades até crescer aos
poucos e deixar os brinquedos guardados em suas caixas, embalagens e sacolas no
armário. O que se sabe apenas que seu
quebra-cabeças está sendo montado por
ele a cada dia. E se depender do seu parceiro de aventuras, o ajudará sempre de perto dentro do seu abraço.<o:p></o:p></div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-14846067417017894012017-05-23T16:16:00.002-03:002017-05-23T16:17:55.031-03:00Sem Sombras e Dúvidas<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiujyQpMiMFC1M8pSsu81rORHRY2ZszpGsQLhRikbCCYMbdfKsYRmqlYCQAh1Clvqr5-dgQ_eQQdW-8_tsS0vBlYjnKxsMLnftxcrt2ulEvUWeBJewmwkUW9zs-Qje_PfWABS3TGw/s1600/713.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiujyQpMiMFC1M8pSsu81rORHRY2ZszpGsQLhRikbCCYMbdfKsYRmqlYCQAh1Clvqr5-dgQ_eQQdW-8_tsS0vBlYjnKxsMLnftxcrt2ulEvUWeBJewmwkUW9zs-Qje_PfWABS3TGw/s320/713.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Ela largou
a caneca de café quente sobre umas folhas rasuras. A fumaça dançava sobre a
caneca trazendo à tona o aroma. Ela segurou novamente a caneca com as duas mãos
e aproximou dos lábios. O dia renascia como tantas outras vezes. Ficou pensando
nos acontecimentos. Nas aventuras bem quistas e as malfadadas. Deu de cara na
parede, disse em voz baixa acompanhada de um sorriso e um longo gole de café esquentando
o peito e acalentando muito mais.<br />
Perguntas povoavam sua cabeça, nesse
universo ímpar que é cheio de buracos negros, galáxias, planetas e satélites
naturais. Não indagava quem somos, para onde vamos? Mas sim quem ela era
realmente e para onde ia? Olhava para a janela observando as pessoas
caminhando, carros cruzando avenida, ônibus em seus terminais depositando ou
recebendo mais pessoas. Passou a mão nos cabelos amassados pelo seu recém
acordar. Soltou a caneca na beirada da janela e espreguiçou-se com estalido das
juntas e o esticar do corpo. Sozinha em casa. De pijama. Afasta marido, como
dizia uma tia próxima moribunda, aqueles largos com bolinhas e cheio de
desenhos como ursos ou flores. Agradeceu por ter passado a noite sozinha. Ninguém
mereceria ser testemunha dessa personagem mais parecida com uma boneca de pano.
E se isso acontecesse, não deveria sair daquele quarto vivo! Riu um pouco mais
alto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Era hora de sacudir a poeira e as cobertas.
Dormiu além da conta. Uma nuvem de pó pairou no ar e os raios do sol
salientavam-na entrando pela janela com uma arrogância bruta. Disse que deveria
tomar vergonha na cara e limpar a casa mais seguidamente. E foi tomar, mas foi
tomar outro gole de café e a vergonha já não era uma virtude tão próxima dela
assim não.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Tirou sua fantasia de “tô nem ai” e
ficou nua para o seu orgulho diante do espelho estava bem. Os anos tinham
passado e sabia que muitas mudanças ocorreram, mas estava bem. A fez permanecer
diante do espelho defronte ao seu quarto de corpo inteiro. Fez pose. Contraiu abdômen,
torceu a perna, flexionou os braços, levantou os seios pouco cedidos aos
caprichos da indomável gravidade, olhou a bunda e observou cada celulite
rogando pragas e fazendo truques para que elas sumissem num passe de mágica que
resultaram numa infrutífera tentativa de burlar a natureza. Lembrou que hoje ia
à academia fazer exercícios específicos para glúteos, fora o coquetel de colágeno
e termogênicos que a esperavam na cozinha. Pôs somente a calcinha que não
estava esfarrapada e o elástico ainda permitia seu uso. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Desfilou um pouco pelo corredor até
a sala. Deu de frente com a janela aberta ao prédio vizinho, onde um senhor de
meia idade a olhava fumando um cigarro tão forte que o cheiro invadiu o seu
apartamento. Mas no momento ela só pensou em fazer o que fez. Atirou-se ao chão
como um sapo, uma perereca. Não tinha a opção de ficar em pé. Ele estaria ali
certo esperando para vê-la num fetiche de “voyer”. Aquele sujeito sempre ficava
parado a olhando todos os dias. Ele não falava nada. Só fitava-a com os olhos
parados de tubarão.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
O que fazer?! Ela iniciou a jornada
de se arrastar pelo piso frio. Sua pele sentia a diferença de temperatura e o
atrito causava um ruído agudo. Arrastou-se até o corredor. Demorou um pouco mas
conseguiu. Esfolou os joelhos e adquiriu uma vermelhidão nos cotovelos. Fora do
alcance de visão daquele homem, ela se ergueu. Voltou para o quarto e enrolou-se
num lençol. Passou apressada pela sala. Foi até a cozinha. Pegou um copo de
leite desnatado da geladeira e sorveu. Depois foi até a pia pegar os
ingredientes de seu coquetel e um copo de suco de acerola tampado por um
guardanapo feito na noite anterior. Bebeu tudo. Achou meio ácido fazendo uma
careta que a franziu a face toda. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
E em passos de ginasta saltitou até
o banheiro que ficava entre o corredor e a sala. Ligou o chuveiro aguardando
que a água ficasse bem quente. O banho foi longo. Gostoso. A água fazendo
carinho na pele. Saudades da mão que afagava dias desses. E como num choque
arregalou os olhos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Saiu do chuveiro. Secou-se com
rapidez enrolando-se na toalha e correu para o quarto. Mergulhou como uma
atleta de salto ornamental na cama. Procurou entre os lençóis e as cobertas que
tinham sido arrumadas jogando-as por cima dos travesseiros. Encontrou o celular
e olhou mensagens, últimas ligações. Nada. Não havia um resquício de vida dele.
Pensou sentada nua com a toalha se soltando, o que tinha acontecido. Passou a mão
no queixo e disse algumas palavras de baixo calão. E novamente arregalou os
olhos: onde estão meus anticoncepcionais? As coisas estavam ficando bisonhas.
Que trem me atropelou?! Disse.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Levantou com calma. Começou a se
vestir. Tinha que trabalhar. Blogueira, tinha que postar o texto do dia. Nem
sabia por onde começar. Já estava com a preocupação de uma doença venérea até 9
meses do resto da vida dela. Fora o fora que parece que levou. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Quando abriu o notebook e a página
em branco se apresentou diante dela, o seu celular tocou estridente, o que a
fez gritar. Nervos a flor da pele. Pôs a mão no peito e como fosse uma bomba
prestes explodir atendeu e viu número desconhecido. Alguém deve ter sequestrado
seus dados e estariam extorquindo seus bens. Disse “alô” e depois de uma
eternidade de milésimos de segundos, alguém disse: “Oi! Você chegou bem em
casa? Suas coisas ficaram comigo. Estou no caminho posso levar para você. Creio
que é apenas a nécessaire. Juro que nem abri. Devo?! Ela sorriu e imediatamente
disse “nem pensar!” Ele riu do outro lado. Marcaram de se encontrar daqui
alguns minutos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Enfim ela estava tranquila.
Agradeceu mais um dia. Levantou-se diante do notebook e pos um jeans e uma
blusa, não antes fazer uns testes de combinações para ficar casualmente
arrumada. Ajeitou os cabelos e maquiou-se levemente. Nunca conseguiu ser tão ágil,
precisa e rápida. Ela, antes de sair do apartamento para encontrar seu príncipe
salvador em seu cavalo branco contemporâneo no avatar de um carro gasto pelo
tempo quase gelo, olhou para trás e mais uma vez agradeceu. Agora a mim. Eu
apenas acenei com a cabeça fazendo ela sorrir feliz como ela merece ser. </div>
<br />
<div class="MsoNormal">
</div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-37237028283963786842017-04-03T12:31:00.002-03:002022-04-24T10:20:19.970-03:00Se salvo se<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxpbMi4fIblJ0SEa7r8Fi3wCWY8WbWp8xlHxw6P4sqyAIKRHOnAY6p3O9pw2bNLtY0braBg_7_oBDueUGUH3NZb4iXpFDmEvwfVBb_OiMcdAOQDaGRpkD1be56SRur3OJnmd5aAg/s320/robin-wight-2-fujocka.jpg" width="320" /></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 6pt 0cm; text-indent: 35.4pt;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif" style="background-color: white;"><span>O vento sopra já mais forte, um tanto a mais de frio chamando para si a presença do outono. Ain</span><span>da faz sol intenso que queima a pele misturada com a sujeira da cidade. O cabelo sempre desalinhado não consegue segurar o leve penteado. Assim como os pensamentos em turbilhão. Um ciclone de ideias. Uma tempestade de imagens e lembranças. Choques cíclicos do hemisférico dominante do cérebro no lado esquerdo. Um irresponsável pensamento lógico que domina. Perguntas descerram cortinas de dúvidas, enquanto fechamos os olhos com o vento que nos abate de forma nada gentil.</span></span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 6pt 0cm; text-indent: 0px;">
<span style="background-color: white;"><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"> </span><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">No relacionamento flutuando como um dente de leão que invade outras áreas, que se dissolve no ar, mas deixando um pouco de si. Já passaste por isso?! Essa sensação de ter deixado algo para trás ou que deixará algum legado logo à frente?! Você observa atentamente como um ofídio as pequenas coisas que se tornam grandes a ponto de derrubar tabus, preceitos, preconceitos e fomentar pós-conceitos?! Que não precisam ser grandes para ser uma ameaça, mas apenas estarem perto o suficiente para atingi-lo?! Tantas perguntas que podem vagar pelos seus relacionamentos não apenas romanceados. Porém também com aqueles de convivência hermenêutica, nada pacíficas de colegas de trabalho ou saudosas de amizade.</span></span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 6pt 0cm; text-indent: 0px;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif" style="background-color: white;"> O pensamento e o sentimento num reles jogo de palavras escondidas. Quem não teve a vontade de esbofetear alguém por uma ação, retenção ou missão de alguém próximo. E o próximo idem. Somos invasores de espaços alheios. Nas críticas. Tantas vezes hostis com intenção de corroer com acidez de impressões as mais fortes convicções de boa ventura. Ou obséquio fato de reconhecimento e agrado suavizando com carinho o ego.</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 6pt 0cm; text-indent: 0px;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif" style="background-color: white;"> Somos a barbárie da existência, seres humanos. O mais cálido ser pode, encurralado, tornar-se o mais contundente agressor. Usamos redes sociais para demonstrar a nossa existência. Modernidade. Somos anfitriões da ilegitimidade de integração. Filosofia. Afastamos para unir grupos. Segregamos mesmo unindo. E a reação sempre vem. De uma maneira racional da parte dominante do cérebro ou na parte rompante com seus vendavais.</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 6pt 0cm; text-indent: 0px;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif" style="background-color: white;"> “Toda regra tem uma exceção...” vale o dito popular. E nós adoramos criar regras exatamente para poder incluir uma frase, um esboço rasurado de opinião suprema. Mesmo suave. Mesmo calmo. Mesmo não intencional.</span></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 6pt 0cm; text-indent: 0px;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif" style="background-color: white;"> E ao parar numa esquina tão parecida com todas as outras que já cruzei percebo que não há diferença. Há distância. O que nos aproxima é um beijo. Um abraço. Um sentimento que achamos tão nobre que o evitamos. Abrindo cada um, do seu jeito, sua caixa. Vasculhando cada centímetro até o fim e encontrando pequenas folhas serrilhadas do dente de leão. Um invasor dentro do seu coração que fará florescer em meio aos ventos, mudanças de estação, de lugar.</span></div>
<div style="font-size: 14px; line-height: inherit; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em; text-align: start; text-indent: 0px;">
</div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 6pt 0cm; text-indent: 0px;">
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif" style="background-color: white;"> Descobrirá que não é regra. E sim exceção em não amar. </span></div>
</div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-27088045250639598952016-12-04T21:19:00.003-02:002016-12-04T21:19:27.094-02:00Quando chega a hora de virar a página<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUzccMTEBliZjX40gME3Plq-DVER6x18bkAqwqPJDnNa17itJLPtsY8DBTPni3nupGD9UCT36FHvUUF3fWmtRq1Tx8lAa4B1GiDGwgGOo2KEEuQCWo7e2BIzYWarMwTRqURDATAQ/s1600/gato_da_alice_no_pais_das_maravilhas_escultura_revestida_com-1327789852-627-d_pic.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUzccMTEBliZjX40gME3Plq-DVER6x18bkAqwqPJDnNa17itJLPtsY8DBTPni3nupGD9UCT36FHvUUF3fWmtRq1Tx8lAa4B1GiDGwgGOo2KEEuQCWo7e2BIzYWarMwTRqURDATAQ/s320/gato_da_alice_no_pais_das_maravilhas_escultura_revestida_com-1327789852-627-d_pic.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Faz
tempo muito tempo que algumas palavras não conseguem se juntar para formar
frases que digam algo. E para tudo se tem um tempo limite. Sempre achei o tempo
um cretino com rosto, nome e cpf. Mas não é bem assim. É apenas um momento, um
rasgo com espaço que somos jogados com nossos sentimentos, lembranças e o que
considerar de relevante.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Demorei um bom tempo para encarar os
pertences da minha mãe que faleceu. Eu levei pessoalmente as cinzas dela para
serem levadas pelo vento na paisagem da Serra gaúcha. Com uma força única, com
toda a minha energia sacudi sobre a cabeça coroada pela luz do sol. Minha irmã
se entregava a um choro sem fim. E meu irmão que não pudera estar presente
fisicamente, imagina, estava lá, pois em uma madeira (já que era um mirante rústico)
jazia talhado em letras garrafais, o seu nome bem lado de onde estávamos, nos
juntando como uma força tarefa, proclamados por nós mesmos como Galaxy Trio. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Bem
nessa época do meu aniversário, que eu sempre defendi que era um momento que não
gostava de festejar porque, normalmente, ocorria nada do que tinha planejado.
Minha mãe sempre fez questão de festejar de um jeito singelo, que nem fosse com
a lembrança de um bolo que ela fazia com gosto ou um almoço preferido. Eu,
hoje, vejo como um buraco negro onde sou sugado por esta saudade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Há quem diga que sou igual à hiena “hardy”
do desenho animado dos anos 60/70. Se você não conhece coloca no seu site de
pesquisas e entenderás bem o que digo. Dizem que devo saudar a vida. Eu estou
mais para saldar. Com débito. Esse ano não foi lá essas coisas para muita gente
como o fatídico acidente do time de futebol Chapecoense. Mas vivo no meu
universo particular cantarolado e já citado em tantos momentos por aqui, a
Marisa Monte. Só que tudo tem prazo de validade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
O amor também tem. Pensava que não.
E se forçar,um pouco mais na profundidade dele, verei que não como com sua família,
com seus filhos. Só que o amor entre parceiros, parceiras (serei politicamente
correto, mesmo não sendo) finda. Alguém acaba de lançar todos os impropérios,
que sou fadado a ouvir com um sarcasmo que não empunho mais, por não achar
isso. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Chego ao final desse ano cansado.
Triste. Mas com uma coisa que ninguém percebe. O velho ditado “antes da
tempestade inicia o vendaval. E depois vem a calmaria”, estou nessa vibração.
Eu estou nesse limbo sendo atropelado pelos fatos. Em trapos depois de uma
batalha onde sai debilitado, entretanto as feridas continuam abertas. E com o
instinto à flor da pele pronto para atacar. O vendaval já veio. A tempestade
permanece. E em breve a calmaria. Contudo o que restar terá que ter forças para
enfrentar o que vem por aí.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Somei alguns desafetos. Adquiri
consciência de limites. E sei que terei êxito seja para construir o que vier. Entenda
“construir” como uma nova verve de vida. Muitas vezes terminar ou dizimar o que
existia para iniciar o novo. Tenho pessoas diversas ao meu redor que me apóiam.
Cada uma de um jeito. Espiritualizadas ou evoluídas, assim como os ateístas
convictos. Eu ainda tenho rancor, mas estou crescendo. Assim como uma doença
que cresce também existe uma cura para que ela se extingue.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Enfim não é nada querido para se
pensar, mas é o ambiente que me concentro. Se eu precisar vou até o fim e
quando chegar lá, não espero tenho certeza que vou conseguir erguer não só a
cabeça como os punhos para atingir as novas páginas que serão viradas.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-63633495195987316142016-04-14T15:32:00.001-03:002016-04-15T15:52:26.822-03:00Todo o game over tem o seu play again...<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjn7_0maW3zDPeGgbrQ-aC71qYU37rw6IRenYL_9zPxxxJjgFprbRyYDJRf5bOb9Jjq3UnlriJNUZidBpQKtOVIfpsx1bCNaqDDqU061pb5dWwM815yk7Vr6_NVagx7_2cDNM_bg/s1600/Coringa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjn7_0maW3zDPeGgbrQ-aC71qYU37rw6IRenYL_9zPxxxJjgFprbRyYDJRf5bOb9Jjq3UnlriJNUZidBpQKtOVIfpsx1bCNaqDDqU061pb5dWwM815yk7Vr6_NVagx7_2cDNM_bg/s320/Coringa.jpg" width="228" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Faz muito tempo que encosto a
cabeça no vidro da janela embaçando-o com a minha respiração. Não
necessariamente a janela está no mesmo lugar. Ela pode ser de um ônibus em movimento
completamente lotado de pessoas que vão de encontro com a física. Pode ser a que
confidencia no suspiro de onde trabalhamos. Pode ser a que acalanta no nosso
abrigo, ou melhor, no lar casa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Com o passar desse tempo
descobre-se quais seriam os motivos. A saudade do que passou, da esperança que
queremos que venha forçadamente rápida, a solidão que teima em permanecer ao
seu lado sendo a única companhia, a frustração daquilo que não foi atingido, o enfado
da mesmice rotineira e o amor que abrange todos apertando-os, esmagando-os e
até separando. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A vida se tornou um campo de
batalha. Quando entramos nessa luta gerando uma guerra, se for o caso, temos
metas e objetivos. O sangue quente fervendo. Os olhos em chamas. Estratégias,
planejamentos e nos fortalecemos, nos armamos, nos preparamos. Contudo somos
desprovidos de antecipar os ataques sorrateiros que nos traem a atenção. Num
piscar de olhos e explode a ponte que sustenta sua passagem para outra etapa,
para ultrapassar chegando até o fim. Este fim é um recomeço ininterrupto. O rodopio
de 360º retornando ao começo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Para todo o jogo temos o seu
início para promovermos todas as expectativas e as demais disfuncionalidades. Ao
fecharmos os olhos continuamos a enxergar as coisas de maneira clara. Ali, no
primeiro momento do choque da falta de luz e depois o surgimento de imagens que
ilustram nos pensamentos. Serão lembranças ou serão projeções, pouco importa. Mas
se mantermos a respiração deixando de lado a ansiedade, nos deparamos com a
escuridão no segundo momento, que aos poucos vai esmiuçando até recriarmos
novas imagens. Sonhos, por assim dizer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nesse tempo todo não tiro a
cabeça da janela. Desenho um círculo no vidro embaçado. O apago esfregando o
dedo indicador friccionando. Respiro com mais força para voltar a minha tela de
layout. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Já recomposta, refaço o desenho com um coração. Ele fica levemente
torto, disforme e decido apagar esfregando o dorso da mão. Agora em seu lugar
coloco uma seta que vai em direção à rua. Ou para o lado de fora. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ao vibrar o celular vejo uma
chamada. Uma mensagem. O coração acelera. Um sorriso desenha não mais o vidro,
mas meu rosto. </span><o:p></o:p></div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-1394781087127218312016-02-16T17:17:00.003-02:002016-04-14T15:37:05.259-03:00Cães & Borboletas (Canis lupus familiaris & Rhopalocera) <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgttra1AaYup71N_C3jHttobloyfU3kXyjToXfz06BSS85PY7B86yuRsz7JDxaJNn45EzV8sJs_W4sMajwRrpx-cbM2ZTdBluj7B0LN6z2ajMHlIbjjGv5rzaD2DEarkrlLrtHAyg/s1600/Couple-tattoo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgttra1AaYup71N_C3jHttobloyfU3kXyjToXfz06BSS85PY7B86yuRsz7JDxaJNn45EzV8sJs_W4sMajwRrpx-cbM2ZTdBluj7B0LN6z2ajMHlIbjjGv5rzaD2DEarkrlLrtHAyg/s320/Couple-tattoo.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<i style="text-align: justify;"> Um cachorro de grande porte, de
raça de todas as raças, com a cabeça sobre as patas cruzadas. Com o olhar
triste, mas atento. Observa atentamente o movimento. Nariz úmido farejando. O farfalhar das asas da borboleta a sua frente o faz ficar intrigado. </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i style="text-align: justify;">Com seu
porte enorme admira aquele pequeno ser colorido, tão frágil, tão ágil. Seu
rosto contrai-se, arregala os olhos, os abaixa, não para de seguir os
movimentos da borboleta. </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i style="text-align: justify;">Ele tenta se mexer para se aproximar dela se
arrastando no chão. Com a força das patas traseiras e agora com o apoio das da
frente. Sua barriga colada no piso arenoso. A borboleta parece querer que ele
se aproxime. </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i style="text-align: justify;">Para de voar permanecendo rente ao solo, bem perto, muito perto e
movimenta lentamente as asas sem sair do lugar.</i></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<i> Ele se aproxima, ensaia um
choramingo. A borboleta, agora, o observa. Ele é desajeitado, ruidoso, pesado
tem medo que ela voe. Tem medo de machucar, de assustar não sabe como chegar
mais perto. A borboleta movimenta cada vez mais devagar as asas. </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>De súbito ela
pousa no seu focinho.<o:p></o:p></i></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<i> Relacionamentos. Quantos cães
desajeitados esperam o farfalhar das asas. Quantas borboletas ficam a pouca
distância. Homens e mulheres, mulheres e mulheres, homens e homens, enfim pares
que se observam com medo com receio imóveis ao acontecimento </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>do que parece ser
tão simples. Relacionamentos. <o:p></o:p></i></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<i> Sensibilidade. A falta deste. O
pânico acionado da castração da liberdade do ser. E a falta de entrega ao
outro. O que causa tamanho medo? <o:p></o:p></i></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<i> Todos têm medo de levar uma
mordida. De ser pisoteado pela pata pesada. Que ao se aproximarem de mais
possam espantar, assustar ou machucar. A borboleta também hesita. O cão de boa
aberta e língua pendendo. Saliva caindo pelo chão. Momentos cruciais. O
encontro dos dois. A sutileza com a rudeza. <o:p></o:p></i></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<i> E de repente a borboleta voa, o
cão tenta segurá-la com a boca dando-lhe dentadas no ar. Ela sobe rápido de
forma circular. E fica saltitando o máximo que puder para alcançá-la.<o:p></o:p></i></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<i> Desses desencontros e encontros. Marcantes.
Curtos ou longos enquanto durarem, nós realizamos nossas relações. Silêncio,
calma, devagar a borboleta está voltando.... </i><o:p></o:p></div>
</div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-76529815763749299292015-12-27T13:58:00.001-02:002015-12-27T13:58:12.394-02:00O Circo está Vazio<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQnsIX7Ty6-Sr1pwsXD9qNL5FTDrA7iFQPlJPbOyd4UiHUTOZ8xyxyhQgFM7raAvUNqP1shUtgCFN8JpMMlgV-_qUcBM4zwAUuurxlz_i2s8FKb8HrIco7w9Ck5kY0Ehn_QfB_sQ/s1600/floodlight-1151092.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQnsIX7Ty6-Sr1pwsXD9qNL5FTDrA7iFQPlJPbOyd4UiHUTOZ8xyxyhQgFM7raAvUNqP1shUtgCFN8JpMMlgV-_qUcBM4zwAUuurxlz_i2s8FKb8HrIco7w9Ck5kY0Ehn_QfB_sQ/s320/floodlight-1151092.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O
circo está vazio. No meio do picadeiro o palhaço com sua pintura saturada, seu
gorro com um pompom no topo finalizando o cone, suas roupas cheias de babados,
coloridas, círculos exagerados, sapatos enormes quase pés de pato,observa sob o
holofote direto em seu rosto, a platéia nula. Cada pedaço da arquibancada
preenchida com a escuridão. Não se ouve a música, nem o apresentador, nem o
chacoalhar de sacos de pipoca ávidos por mãos esfomeadas. O circo está vazio!</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> Lágrimas começam a desenhar em cima
da lágrima desenhada na pele branca do palhaço que olha firme pra o nada.
Esperando algo. Vendo que perdeu algo. O palhaço pensa. Analisa. Perde-se na
sua fanfarrice. O que fizera de errado? Qual a parte do espetáculo que ele
esqueceu? Pelas poucas vezes tentou seguir um roteiro sem improvisar, sem dar
uma presepada. E enxurradas de vaias, o
deixaram atônito.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> Ele sorri quando tudo desaba ao seu
redor. Ele tenta, esforça em fazer do caos o melhor para todos. Não esconde,
mas guarda as angústias, os lamentos, as tristezas para o outro se sinta
melhor. Não é um sacrifício e sim é uma doação. Acha que faz as coisas do modo
certo, da maneira menos nociva. Ajuda um, dois, três numa contagem até
regressiva evitando explosões do canhão do homem bomba, que está ausente.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> O que fazer quando o palhaço perde
sua função!? O que o palhaço pode fazer quando ele perdeu a sua função? Ele
está com a boca caída, mãos entrelaçadas,pernas cruzadas em cima de um
banquinho de madeira amarela. Pensa, pensa...</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> Deduz absurdos, conjectura
idiotices. Nada além do que seu ânimo exacerbado já lhe proporcionou. Pensa que
o mal que conhece é melhor que o mal desconhecido. Que suas fraquezas, suas
inseguranças foram abertos ao público na sessão da matinê sem avisá-lo. Sem seu
consentimento. E quando ele se deu conta o circo já estava vazio.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> A aliança que o sustentara na felicidade foi
devolvida nas amarras de seus erros. Hoje é um daqueles dias que foram se
somando a outros. A solução dos problemas que achara que estava administrando
para todos. Causando alvoroço na risada histriônica. Na contrapartida da
alegria das crianças. A sua razão de estar no picadeiro.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> O palhaço para alguns causa medo.
Mas dessa vez ele está com medo. Quando vai ao camarim, todos os dias e tira
sua maquiagem vê cada cicatriz que seu rosto tem pelos golpes que sofreu. Ele
engole cada resquício de desaprovação para justamente ter o prêmio da alegria
do que chama de seus pequenos. Será que
é isso que ele esconde? Que ele protege? </i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> A lona ainda está estendida, mas o
vazio o devora. Apostou muito nisso. Deixou as bilheterias abertas até altas
horas para que adentrassem. O espetáculo encerrou e ele não pode fazer nada.
Sem a devida platéia. Sem a razão do que. O palhaço está chorando sob a lona
que treme com o vento. O único som que ele ouve. E que aos poucos também se
vai.</i></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i>Então
ele se levanta com as dores que são maiores que a física, anda com passos
atabalhoado por causa do desequilíbrio de seus sapatos, chega onde sta o
holofote e o desliga. Nunca o silêncio foi tão ensurdecedor.</i></div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-3138809283521809102015-08-30T22:48:00.000-03:002015-08-30T22:48:04.490-03:00Crônicas de Bate-Papo: Em Fogo<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt5_TXpXvN-RGkUr2pwgERPFyKvyffPdTT3wCSIz3ifUEOApgTBUnPvxchUTq4WY-zYsZn4FvA1z20qfU5UHvmhlXebaKr7HI3Yb0V4qcO6Doj0vEnGj6G8t_6mezgsYR5DlcWXg/s1600/D5E92+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt5_TXpXvN-RGkUr2pwgERPFyKvyffPdTT3wCSIz3ifUEOApgTBUnPvxchUTq4WY-zYsZn4FvA1z20qfU5UHvmhlXebaKr7HI3Yb0V4qcO6Doj0vEnGj6G8t_6mezgsYR5DlcWXg/s1600/D5E92+%25281%2529.jpg" /></a></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span id="goog_1748032734"></span><span id="goog_1748032735"></span>O
fogo representa da melhor forma os sentimentos. De uma maneira bem poética. Até
idílica. Para alguns, até idiota.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Podemos tê-lo como a agressividade
da ira. Pode ser mais intenso como a paixão. Mais devasso nos desejos. Afrontar
tabus. Enfrentar situações. Ódio e amor, lado a lado dependentes um do outro.
Tente fechar os olhos e o sinta esquentar suas mãos, suas extremidades, seus
pensamentos, sua respiração. Fique febril. E não entenda ser algo idiota assim.
Não seja frio.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Com os 40 º graus afligindo além do
corpo, a consciência, causados por fatores adversos ao seu contexto. Sua vida
colocada numa encruzilhada de contos de
fadas. Cheias de bruxas outrora fadas, duendes como amigos, anões pela dimensão
diminuta de suas índoles, gigantes pela generosidade dos atos de alguns,
florestas intransponíveis que emaranham sua flora travando nossos caminhos,
castelos belicosos que escondem em cada canto uma armadilha. Dias quentes no
fervor do momento, mesmo nas estações úmidas e frias. Dias quentes que vão além
do clima.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Fogo. Estar em chamas. Estar bravo.
Estar amando. Mais que uma chama. Uma labareda. Exalando uma energia. Um calor
insuportável como o de um Sol. Fogo no olhar. Fogo de quem ama.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Você já se deparou nas esquinas com
as pessoas que tem a maldade no olhar. Um fogo que sai dos olhos passam pelo
corpo até promoverem atos. Agressividade. Com o tempo muitos reconhecem esse
tipo de fogo, desse olhar. O evitam. O afrontam. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Também já há o olhar que queima
quando nem o encaram. O olhar flamejante de desejo. Volúpia, lascívia. Que
quando se chocam com os seus promovem o poder de uma supernova. Movem mundos.
Criam estrelas. Disparam cometas. Sim, pode dizer, que idiota. De novo, entenda
esse fogo. Deixe ferver.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Não há relação morna que resista a
uma rotina fria e distante. Não há porque viver extremos. Na beira do abismo.
Mas porque não incendiar a mesmice? Colocar gasolina nos entulhos que a vida
deixa embaixo da cama, nos cantos da sala de estar, no vão da geladeira com a
parede. Os gritos e desavenças dos problemas do convívio com os outros lhe
fazem engolir a seco os piores remédios. Estes com o passar dos anos tornam-se
placebo. Engodos. Lâmpadas de led que não esquentam; esqueceram a lareira que está
ali a sua frente inerte.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Coloco fogo na sua vida de maneira
positiva. Não jogue fogo em você. Mas no seu jeito de viver. Como um jantar
flambado. Um drink. Experimente. Exploda como um vulcão dormente que surge em
ebulição após anos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
O fogo irá queimar tudo. Seu oxigênio.
Seu ar. Dando-lhe vida e acabando com o frio dos seus dias. Queime com esse
fogo dentro de você aprendendo amar. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Alguém tem o seu fogo nas mãos
levando ao coração. E você verá as chamas. </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-46379473456864677332015-06-15T23:24:00.001-03:002015-06-15T23:24:20.761-03:00Quando canção<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf5X9dewES65YMCULU95qthSQvvi41y0vEZZvc8btmad-JNTTToqFv2LLmluoR85om5dJSqz9aif2uwPizFWiUJsqVvVhMoKN_rtyXtXlj7sd3HLgM4IsCzSfH9l0XAN065dvtbQ/s1600/tatuagem-coxa-notas-musicais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf5X9dewES65YMCULU95qthSQvvi41y0vEZZvc8btmad-JNTTToqFv2LLmluoR85om5dJSqz9aif2uwPizFWiUJsqVvVhMoKN_rtyXtXlj7sd3HLgM4IsCzSfH9l0XAN065dvtbQ/s320/tatuagem-coxa-notas-musicais.jpg" width="320" /></a></div>
Dessa
vez não tinha controle sobre as coisas. Estava curvado, com o joelho direito
encostado no chão sobre poucas gramíneas úmidas. Os braços caídos ao redor corpo
e a cabeça baixa com os olhos fechados. Respirando pesado. E lentamente abri os
olhos e deparando com o céu nublado. Olhei para cima sem erguer a cabeça. Estendi a mão direita e juntei o polegar com o
indicador e peguei algo que estava no ar. Parecendo um ponto, um pequeno
quadrado. O peguei na ponta desses dedos e desci o céu que se abriu. Era como
deslizar um zíper. Um sol radiante explodiu diante de mim. <br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
E como já disse, não tenho controle
mais das coisas. Sempre eu componho as trilhas que ecoam na frente de todos. Não
crio as rimas que expressam e impressionam o que eu tenho a dizer. A poesia que
quero sensibilizar. Nem a marcação com o pé de como levar a melodia. O baixo
com sua levada. Ou as cordas suaves dedilhando, mas com peso que minha personalidade
exige. Tenho como interpretes, anjos nas cordas que nada lembram cítaras ou
harpas, demônios, dando o ritmo e super vilãs com suas roupas minúsculas, com
personalidades fortes cantando. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
A música é regida a partir do
primeiro passo que dou passando por ruas e pisoteando nas frases que rimam bem à
frente. Florescem imagem de desejos e vontades. Oportunidades se abrem com
portas nas asas reluzentes de borboletas e seus efeitos. Não controlo nada.
Entendo pouco, mas sou embalado com a melodia.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
A letra é forte, um tanto melodramático
algumas partes. Não concordo com a temática, com a forma e nem o conteúdo. Não
faria assim. Usaria outros elementos e eliminaria os excessos. Observo com
atenção aos demônios que encaram com deboche, enquanto as vocalistas se revezam
como tantas outras e tem a mesma voz. De quem eu gosto de ouvir. E com o olhar
sob as máscaras que enfeitiçam. Não dou mais atenção à canção até que uma
guinada como um bólido advindo dos céus, os anjos, solaram suas guitarras.
Estou perdido, por isso corro em círculos como se dançasse sozinho. Desse modo,
sozinho.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
As rimas se complementam, se
repetem. Eles chegam com essa onda sonora toda o que eles consideram como refrão,
porque é a parte mais forte, o clímax, a parte onde há a mensagem que a de ser toada
algumas vezes gruda como a goma de mascar que acabo de pisar. Um sucesso,
diriam.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Mas não controlo toda essa obra. Não
sou o maestro, o autor, o compositor, nem o músico. A letra dói. As palavras
chegam a machucar falam do homem parece que anda só de preto, de calças
rasgadas, que tem a cabeça quente que é ignorante, que perde a razão fácil. Porém
há momentos que fico emocionado, onde o meu lado não tão sórdido ou obscuro está.
Sou pai, sou amável, criativo, sou amado, sou apaixonado, sou mais que eu imaginava. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
E nesse instante o dia acaba. Anoitece.
A música vai terminando. Agora estou em pé e a vida está normal. O trânsito
intenso, as pessoas apressadas. Muitos rostos e sou apenas mais um. Mais uma
canção foi feita. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-39182656441852649002015-04-20T10:49:00.000-03:002015-04-20T11:21:20.845-03:00Algoz<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF9R9a2LElEdZAADDzRT3aac10C4EArHBgm5uuqmInsXxtLibeqEtVHU-VHbvZs9WHVPICxeT4RQ753DgTYHHkNJtWy1oZY-7YbnXV_-WpLO1yECEcvf3y4qJLceb4v7K5OHX3og/s1600/Day_12__Bleeding_love_by_screamst.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF9R9a2LElEdZAADDzRT3aac10C4EArHBgm5uuqmInsXxtLibeqEtVHU-VHbvZs9WHVPICxeT4RQ753DgTYHHkNJtWy1oZY-7YbnXV_-WpLO1yECEcvf3y4qJLceb4v7K5OHX3og/s1600/Day_12__Bleeding_love_by_screamst.jpg" /></a></div>
<i> </i><br />
<i> Eu só senti o golpe no rosto. Não
vi da onde. Nem de quem. E muito menos o que.</i><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Não
tive tempo de me proteger. A luz forte direto nos olhos me cegou. Desequilibrei-me.
Dois passos para trás e abaixei a cabeça por instinto. Não deu tempo de erguer
os braços ou firmar a base das pernas e lá veio outro golpe certeiro no nariz.
Fui jogado para trás e colidi com o muro. O impacto atordoou, quase desmaiei,
afrouxando as pernas com o joelhos para dentro fui caindo como um marionete. Que
despenca das cordas que o comandam. Cai com a cara voltada para o lado.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Percebi
que "apaguei" por um tempo. Tempo suficiente para perceber que estava
olhando para cima, vendo as luzes fortes todas voltadas para o meu rosto e
sendo arrastado pelo chão. Não conseguia me mexer. E quando fazia a menção
reflexiva de qualquer movimento, era rechaçado com um safanão pela gola. absolutamente submisso. Totalmente
imobilizado.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Fiquei
nesse tempo pensando em tudo que tivera feito. Dos erros, dos acertos, dos
consertos meia-boca que emendei na vida. Nas relações ruidosas que acabei
provocando e sendo provocado. No pisar em ovos e o quebrar de pratos que culminaram
com horas de solidão junto às cordas de nylon do violão até desafiná-lo.
Incrivelmente nesse momento, nessa situação passiva me vi ao lado. Observava o
trajeto do corpo sendo arrastado sem fazer muita força em desvencilhar-lhe. Lembrei
do meu cachorro, uma cruza de chow chow
com pastor alemão, seu pelo alto e porte robusto. Forte, feroz e bobo. Um amigo
que muito me ouviu quando chegava em trapos por aventuras bem sucedidas ou
bebedeiras incompreendidas. Jogado no piso cimentado como o homem vitruviano. E
o seu carinho vinha com lambidas no meu rosto. Ouvinte assíduo dos choramingos.
E amigo que tinha liberdade de derrubar-me com sua força exagerada colocando
ordem na cabeça avoada. A luz cegou com maior intensidade agora!
Paramos, pelo visto. E o coração em erupção.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Fui
vendado. Um pano ou tecido socado na minha boca. Fui erguido e com um pontapé
dobraram minhas pernas e eu sentei. Aquele pano não me deixava respirar. Não
conseguia ver. Mãos atadas para trás. Ansiedade e pânico mal dosados. Quero
pensar em coisas boas ou em até coisas ruins. pensar em alguma coisa. Não há
tempo. Uma sequência ininterrupta de golpes vindos da direita e esquerda se
fazem presentes como palavras num discurso verborrágico. Como se gritassem na
minha cara a ponto de sentir a saliva alheia escorrendo na minha cara.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Mas
de repente parou. Abrupto. Sendo até mais chocante e agressivo. E o calor da boca se aproximou do meu ouvido
e sussurrou: "entendeu?!" Acenei afirmativamente com a cabeça, quase
de imediato. Rendido.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> E a venda saiu dos meus olhos, mas não os abri. Minhas mãos
soltas. Suavemente fui erguido ficando em pé. Um pano molhado passado no meu
rosto refrescando a pele machucada. </i></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Finalmente,
consegui abrir os olhos. Ouvir a voz feminina. Ver o sorriso iluminado. E
descobrir que não há defesa ao amor sem medo de se machucar. Sem medo de conquistar. </i></div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-10976574557989965572015-02-25T22:37:00.001-03:002015-02-26T00:11:25.850-03:00O Homem que pintava estrelas no céu<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi9PsjW0NkIWXi7wOgEYMbCRK8W4Z7jn6eqgO3zDBTJ_ja5tGpDhccI4-k2RrF4b2qfxduEymn5idqxMH9bOiB4W2x53d39tcC7SOAUwMQcjhOi6QFt-Vq3_j2IXgIBIv6IG0CMA/s1600/significado-tatuagem-estrela-cadente-5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi9PsjW0NkIWXi7wOgEYMbCRK8W4Z7jn6eqgO3zDBTJ_ja5tGpDhccI4-k2RrF4b2qfxduEymn5idqxMH9bOiB4W2x53d39tcC7SOAUwMQcjhOi6QFt-Vq3_j2IXgIBIv6IG0CMA/s1600/significado-tatuagem-estrela-cadente-5.jpg" height="150" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
Ele
estava na rua, à noite, por volta das 22:00 horas, admirando o céu escuro. Movia-se o céu com uma velocidade média, onde nuvens púrpuras que escondiam o brilho das estrelas
espalhadas. Parecia que estava num enorme planetário admirando a projeção das
imagens. Cantarolava versos de poemas que pipocavam em sua língua como um bardo. Sozinho na rua pouco movimentada, onde os carros que aceleravam nas duas mãos da via, alardeavam, mas que
subitamente sumiam ao dobrar a esquina próxima.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
Parado. Esquecendo do mundo ao seu
redor e como no planetário, girando seus olhos pelo vasto teto infinito. A vida
ao seu lado nada era a não ser esboços em branco de desenhos sem cor. As ruas
eram apenas linhas paralelas mal aplanadas, que o conduziam, o asseguravam de não
cair dentro do branco total. Luzes dos postes faziam traços perpendiculares que
não chegava a tocar nas linhas paralelas. Mas sobre sua cabeça, erguendo-a bem
e encarando o céu escurecido, estava toda a cor que ele expressava num sorriso
sincero cerrando os olhos e abrindo os braços como um redentor.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
Vestia roupas sóbrias. Camiseta,
calça jeans, botas, cinto e exalava o perfume da essência do êxtase. Ao se
deparar com esse enorme painel, deslumbrou as estrelas. Pequenos brilhos
ofuscantes que ele admirava. Pegou uma caneta esferográfica do bolso direito da
calça e uma moeda caiu ao chão num tom agudo, fino, soou e correu pelas linhas
paralelas sumindo seu brilho prateado. As estrelas ora escondidas ora
reaparecendo, fitavam os glóbulos oculares de quem enxerga as cores. Com sua
caneta criou hachuras sobre elas. Sombras com efeitos maiores, onde a
quantidade, a espessura e o espaçamento entre as linhas as enfatizavam, criando a doce ilusão para ele. Onde ele observava a
imensidão sem fim seguindo as linhas tracejadas dos seus formatos. Com a mesma
caneta, ele mudava de cor cada uma das estrelas. De vermelho utilizando linhas
leves, espaçadas, distantes; verde que eram feitas por duas camadas de linhas
densas e perpendiculares. Tudo resultando numa imagem mais precisa, mais
realista. O azul era pincelado em traçados curtos, interrompidos.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
Passaram-se algumas horas e o céu
foi se modificando. As cores agora povoavam sobre sua cabeça a cada estrela
pendurada no seu telhado particular. O homem pintava estrelas que lhe
acalentavam. Que o faziam cantar. Ele abaixa a cabeça, guarda a caneta de novo
no bolso, agora, de trás e observa o chão. Há cores distribuídas não uniformes.
Não há um caminho de tijolos amarelos, nem listras permitindo ou não sua
passagem. Há cores diversas com tamanhos e volumes que o faz deslizar pela rua.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
Ele
não precisa ter sonhos. Ele pode criá-los sob a batuta das estrelas. </div>
</div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-70956974047633851492015-01-27T23:53:00.002-02:002015-01-29T11:55:02.610-02:00Aura de Arame Farpado<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8wgZZN3eonuQorMly2o9jINN83o3al_roS7bc3wD_6T3oiTVIGjLH4mnuPSvqO4chde6u8_1YHVccJQPLvGv8M_VCx-6NK-2NggBSrAucAsGWgy6gBhs34fto9yLeCfSj9tuOqA/s1600/arame_farpado_no_preto_autocolante_automovel-r8e6d64d77f254b20b00b10b0b81779b3_v9wht_8byvr_324.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8wgZZN3eonuQorMly2o9jINN83o3al_roS7bc3wD_6T3oiTVIGjLH4mnuPSvqO4chde6u8_1YHVccJQPLvGv8M_VCx-6NK-2NggBSrAucAsGWgy6gBhs34fto9yLeCfSj9tuOqA/s1600/arame_farpado_no_preto_autocolante_automovel-r8e6d64d77f254b20b00b10b0b81779b3_v9wht_8byvr_324.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i>Ele
não sabia o que encontrar. Fosse o que fosse, a vida pregaria uma peça, faria
uma piada, como já tinha feito inúmeras vezes. Na pior das hipóteses, uma
anedota. Mas ele encontrou muito mais que isso. Por meio de muitos gestos de
maldade, se viu diante do apoio de pessoas que o impulsionaram para cima como
um rojão sendo arremessado ao céu e explodindo a certa altura. O seu espocar
difundiu-se nas cores químicas misturadas. Fogos de artifício se tornaram sua
personalidade reavivada.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> Contudo, a incansável falta de jeito
aos maledicentes, continua provocando a sua reação. Nascera um tanto emocional
demais. Visceral, por assim dizer. Mesmo na timidez da infância e na
insegurança da adolescência corroia dentro de si uma fúria quase indomável.
Quisera ser menos o que mais fora: passional. Mas como não cessam, atualmente,
as provocações, então que elas venham com mais ímpeto, pois ele, de repente,
encontrou não a saída, nem o plano de fuga qualquer; encontrou a si mesmo sendo
muitas vezes levado por outros braços.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> Compreendeu, com certa dificuldade,
que o mundo não é feito de fantasias, de prazeres intermináveis e de amigos em
prontidão. Entendeu que o preço pago é alto para quem não leu as regras do jogo
em cada fase da vida. O tabuleiro muda. Os dados são trocados. Um novo baralho é
aberto. E se viu diante de caras e bocas que nada diziam além de sorrisos
escusos e beijos molhados. Descobriu amizades que não o queriam. Amores de
diversas formas que o fizeram realmente amar. Um processo diário. Doloroso. Único
e só seu.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> Algumas vezes lhe colocam na parede
não o sufocando, mas realmente o colocam esticando seu corpo e martelando
pregos nas mãos e nos pés, deixando rente tal qual um tapete persa. Ou nos
momentos de apreensão, como um pano velho puído. Ele ouvia calado. Hoje ele
ouve, só que não espera calado. Todo ser pode ser peçonhento. Uma víbora que
desliza entre o chão, esconde-se pelos cantos e quando se sente ameaçado, dá o
seu bote.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> Mas toda a moeda paga tem seus dois
lados. Exemplo mais clichê impossível. E ele age de modo clichê. O ser humano é
assim. E nesse outro lado há a leveza delicada e sensível de quem se emociona com o filho e o
abraça dizendo que é tudo para ele, ou que balbucia as onomatopéias dos
primeiros anos sorrindo com os olhos vidrados nos dele, com a audição da ária Nessum
Dorma, executada com esplendor pelo saudoso Luciano Pavarotti, ou a energia de
novos sons que tem por hobby pesquisar, de uma cena entre famílias num filme
que reflete a sua, a mãe e toda sua força e tudo aquilo que ela merece, porém não
pode dar-lhe, o pai com suas ações e decepções, assim como ele próprio agiu e
decepcionou, uma declaração de amor de quem o enche de felicidade, de declarar
seu amor a quem abriu não só o coração como a sua cabeça. Quando se percebe que
se tem muito e não se pode abater pelos reveses dos adversários do dia a dia.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> Ele agora sabe o que lhe ferve o
sangue não é essa fúria incontida; é o amor. </i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i> Quando
amar nada é a não ser tudo.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-46495625373408769132014-12-21T13:46:00.000-02:002014-12-21T13:55:12.069-02:00Répondez S´il Vous Plaît<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVw492SjZa3qCR5ejYsiNzbemdfHnwefKRIr-4n8SPD2vWw-8OL-UhAA9IaJE-SkpG2nb4Kep9pZFO9_XhEnkohQZwpEh1dC7d2uwnvioSGDZRq9fTJrc57sF4aPXGsodXuKLCJg/s1600/Um-novo-dia1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVw492SjZa3qCR5ejYsiNzbemdfHnwefKRIr-4n8SPD2vWw-8OL-UhAA9IaJE-SkpG2nb4Kep9pZFO9_XhEnkohQZwpEh1dC7d2uwnvioSGDZRq9fTJrc57sF4aPXGsodXuKLCJg/s1600/Um-novo-dia1.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Chegamos
no limiar de mais uma promessa de ano. Passamos por muitas coisas que deixaram
rastros como uma tempestade. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
O tempo que outrora se tornara um
inimigo por acelerar as coisas, hoje já é lento, pois eu, no caso, já necessito
que ele aperte o passo. E ele, como sempre, teima.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Os acontecimentos foram diversos.
Surpresas, alegrias, tristezas, ilusões, esperanças e decepções coroaram o ano.
Conseguimos num todo, acertar. E cada um de seu jeito foi encontrando as saídas
nessa corrida sem fim. Parece que todos foram convidados para a mesma festa, mas
entregaram poucos convites e ficaram na fila de espera.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Nesse ano distanciei-me de amigos
de longa data. Fui muito mais próximo de pessoas que acabaram sendo tão frívolas
e rasas quanto uma sopa de legumes sem sal. E incrível que pareça, eu senti esses
dardos direcionados com pontas finas perfurando minha pele. Não me importo com
agulhas. Gosto. Tenho tatuagens. Mas espero que daquela dor contínua, porém
suportável, o resultado que me acompanhará de maneira positiva – independente
do significado do desenho que estará adornando meu corpo. As pessoas que
convivi se tornaram isso: agulhas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Mas no todo, sob a minha lente de
aumento, tenho com prazer confessar que guardo amigos, de não tão potencial
assim, mas que seguirão com meu carrossel de emoções. Amigos que podem me dizer
coisas sem que eu me ofenda, entretanto que o faça dando nome aos bois e não
fazendo citações ao vento. O vento leva as coisas para diversas direções. E por
isso do potencial citado.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
E as pessoas convivem assim.
Uns devorando os outros. Numa ordem de
seleção natural, de poder, de projeção. Digo projeção, pois sempre vemos mais
no outro. Queremos que ele seja nossa imagem e semelhança, mas com um “q” a
mais. Que nos preencha de alegria. Que nos salve nos problemas mais complexos.
Alguém vai bater no peito e dizer que nunca fez isso. Alguém sempre diz. Nossa
vida é um emaranhado de papeis dentro de uma urna que cada dia tiramos a
mensagem para saber o que virá. As frases grafadas nunca vêm às claras, o que
dificulta as escolhas certas. Se pudéssemos, recolocaríamos as mensagens que não
nos fossem interessantes na urna, a sacudiríamos de novo e de novo até
retirarmos a que nos causasse, acima de tudo, tranqüilidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Ao longo dessas linhas celebramos
aniversários, casamentos, namoros, bodas, nascimentos, separações, amizades,
companheirismo, romances, alegrias. Celebramos a vida. Não falamos sequer no
inevitável destino, a morte. Ela que se dane! Penetra de festas. Temos tanto
para nos sentir felizes.Temos tanto ainda em buscar. Nessa busca, seja por um
amor que faz o seu dia ser o melhor de todos, mesmo que o mundo que o cerca
diga e mostre o contrário, que este amor brilhe como um Sol pleno. Continuando
a busca de novos desafios, de crescimento, de melhoramentos, de
fortalecimentos. Não precisamos de palavras bonitas e de frases decoradas.
Precisamos criar as frases e apresentá-las que tornem bonitas para quem você quiser. Não
falemos apenas em amores, mas em tudo. Ações que geram novas ações. Ficar parado não é opção. O tempo não permite isso mesmo que ele fique lento.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Responda por favor a todas as
questões que você faz diariamente. A promessa de um novo ano inicia. Acredite
nisso. Acredite. Faça seu plano dos próximos três anos. Refaça. Adicione.
Subtraia. Divida. Multiplique. Porque amanhã será apenas mais um dia, certo?!</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Sim, esteja pronto para o que vier. Esse novo dia que não sabemos o que esperar. Frio na barriga?! Ótimo! Já passou da meia-noite?</div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-61796005039021089882014-10-06T15:31:00.002-03:002014-10-06T15:32:27.934-03:00INTENSIDADE<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr-5FhvwqqJhGq7YhinBftXoLypfJ9n5v7vmvRJRdZKo-dNUL4FC6dQHbgEArmW-uJVGoxg2rDXaI0lsc44G37PXFMZ4QVEPz4joEZ2plEuQocpywGFp47q84IvT8SIaSv_SXBSA/s1600/1247946455.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr-5FhvwqqJhGq7YhinBftXoLypfJ9n5v7vmvRJRdZKo-dNUL4FC6dQHbgEArmW-uJVGoxg2rDXaI0lsc44G37PXFMZ4QVEPz4joEZ2plEuQocpywGFp47q84IvT8SIaSv_SXBSA/s1600/1247946455.jpg" height="320" width="206" /></a></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> Não se falam muito, mas o que se
ouve é a respiração forte de ambos. Alto. Intenso. Quase um terceiro corpo.
Cabelos suados misturados na pele oleosa. Mãos agitadas movendo a cabeça e os lábios agarrando-se uns
aos outros sorvendo a saliva e um pouco de sangue. Não há um ruído sequer ao redor.
Mesmo que a cidade esteja grunhindo com veemência pelas suas veias. Eles não se
importam. Só se importam com o desvarios de seus desejos. Dessa paixão que os
come vivos. Que os deixam vivos. </i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> Ele
a pega pela nuca e a encara entrando na profundeza de seus olhos, duas esferas
brilhantes que o eleva ao patamar de êxtase. Ele a xinga. A elogia. A ama. E
ela sorri e o esbofeteia com a palma da mão aberta e com as palavras correndo
pela saliva a cada beijo. Arrepios causados pelos toques cheios de furor de
dedos tesos, obedientes e despudorados.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> As
mãos se perdem pelos corpos. Seios abocanhados. Mordidas em zonas erógenas.
Mergulhos de bocas abertas no sexo alheio. As palavras não existem. A
respiração sempre é um ponto à mais chegando a limítrofe da resistência física.
O movimento é único. Um leva o outro de acordo com o embalo de seu corpo.
Músculos rijos contraindo-se nas cinturas. Pernas erguidas, mãos agarrando
forte, aceleração do atrito da pele.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> Tudo
indo muito rápido. Rápido como um carro desgovernado em direção a um penhasco. A
sua queda após romper com a mureta de proteção é o ápice com os corpos soltos,
cabeças esvoaçantes, gritos, gemidos, adrenalina liberada entre o medo e o
prazer até consumar-se com o choque dessa jornada finita, onde surge estampados
nos rosto dos sobreviventes, sorrisos esbaforidos. </i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> Mas
o mundo gira devagar. O efeito borboleta gera impacto nos mares do hemisfério
norte. A natureza em fúria se esbalda na beleza de sua intensidade. Uma estrela
cadente corta os céus do litoral. Pequenos meteoritos caem à esmo pela Terra
quase imperceptíveis. Animais minúsculos proliferam em cada canto. Micróbios
infectam e reproduzem-se numa série sem fim. O mundo não para, mesmo quando
eles estão já desfalecidos. Eles são o mundo nesse instante.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> A
intimidade ainda permanece não mais como um torneio competitivo para conquistar
o corpo do outro sobrepujando-o pelo prazer, numa sensação de vitória, mas no
carinho afetuoso de entrega além do desejo. Um afago tenro que circula partes e
completa o todo do momento. Carícias que outrora os guiavam, agora são trocas
gentis de carinho e reciprocidade em olhares silenciosos. Dedos, antes sem
pudor, ficam entrelaçando-se com delicadeza. Beijos enlouquecidos são
desferidos com suavidade. </i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> Eles
ali nus intensos. Vivendo sentimentos em busca do que virá. Trazendo com sigo
as certezas de todas as dúvidas que os fazem temer. Que não permitem querer
compromissos. A respiração aumenta novamente com as mudanças do efeito
borboleta. Corpos ouriçados em defesa e prontos para o ataque. A paixão aflora
como escudo de um amor que provoca com intensidade. </i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> Permitam-se.
Caiam do penhasco. </i></span></div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-24880022832054661482014-09-01T15:59:00.003-03:002014-09-01T16:03:24.169-03:00DISCOS RISCADOS - Volume IV<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7183Y8jRel8nERrSwGdXlIHNu-0kjLpqEzNvwb6UdiSvQiTINDCLSMHAsOJSjwHi_heCTDQNidahsgfKEG88aqR8j22xUiJILdcZz9pB6EC8UgEsQYH5eibxYHCgh9kTnk7Xg5w/s1600/reciclagem-vinil-borboletas-2.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7183Y8jRel8nERrSwGdXlIHNu-0kjLpqEzNvwb6UdiSvQiTINDCLSMHAsOJSjwHi_heCTDQNidahsgfKEG88aqR8j22xUiJILdcZz9pB6EC8UgEsQYH5eibxYHCgh9kTnk7Xg5w/s1600/reciclagem-vinil-borboletas-2.jpeg" /></a></div>
<br />
É muito comum entre as pessoas
expressarem-se através da música. <br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Esboçando
sentimentos ou pontuando situações que lhe são de esmero, que consigam expor
muito mais do que conversas e palavras feitas no calor do momento. A música
pode ser um acelerador de ocasiões, o “start”. O algo mais sem ser explícito,
mesmo o sendo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu,
pessoalmente, faço o uso contínuo de citações através da música. Seja pela sua
sonoridade marcante como as letras cantaroladas em outras bocas escorrendo
saliva à dentro para outras, ora pela sonoridade deveras macia, caustica,
vibrante que o meu sentimento vocifera.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Você
pode apaixonar (e apaixonar-se) uma pessoa pelas letras que lhe tocam. A
sensibilidade irá além da pele, do físico. Povoará o imaginário. Assentará o conhecido.
E a reciprocidade se dará “batendo” ou não. Pode inclusive ofender aos quatro
ventos através de furacões sonoros. Basta colocar na faixa certa mesmo que
arranhe o vinil ou trave o cd. Salve em mp3 frívolo ou na pureza irritante do
blu-ray. Até o regozijar da próxima tecnologia.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Compartilhar
é a palavra da ordem caótica de um mundo de redes sociais e falsas pretensões
de privacidade. A autoexposição é uma ação disseminada outrora como uma praga
cibernética ou uma dádiva da velocidade da informação. Com tantos “Ou” pode-se afirmar
que precisamos nos interligar. Conectando. E os ouvi-los. Então se faça pelas
mensagens subliminares de intenções esparsas nas canções.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu
coloco alguma nova música para que me ouçam. Minhas descobertas, meu estado de
espírito, minhas frustrações e algumas que assovio no caminhar das ruas em
qualquer hora que esteja no meu mundo particular já dito por aqui e ali. Canto
melodia desafinando. Erro notas nos pianos que teclo no ar. Sinto o vibrar das
cordas do cello abrindo o compasso. A cada passada na rua íngreme acompanho a
batida dando ritmo ao que vem. Penso numa letra. Crio-a em cima de um poema que
misturo rimas na música que me envolve. A música que ainda não fiz e que está
pronta.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estar
apaixonado. Querer dar consolo. Dividir momentos alegres ou tristes. De alguma
forma querer fazer parte do outro, independente do interesse, para que esteja
na mesma sintonia. A música certa que deseja enviar. Que deseja emitir. Que
deseja ser tocada.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O
pior disso, num ótica bem ampla, é não consegui r desligar a música de seu
cérebro. Aquela que lhe traz sensações que gostaria de esquecer. Que o faz
sofrer. Que traz lágrimas. Que sai das entranhas das caixas de som, dos gritos dos
fones de ouvido, da reverberação do seu cérebro que não deixa desapegar.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como
todo disco riscado. A música para num ponto e se repete. Estagna. Não nos faz
seguir em frente. Talvez esteja na hora de trocar de faixa. Mas nunca parar
de ouvir as músicas.</div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-87946114308284512952014-06-29T18:55:00.000-03:002014-06-29T18:55:11.122-03:00Dog with Soul<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXGTxCmnVqshXIA2-i5G_vAnW_AzjbE0Q_hKN087iXK2Cp7_c7MyKwgdGjOP2Vuyu7saSNTdhX6zW22rNXP1rrVVQw90ntaCpC2N4C2Tz8hlGy6veVoceKc-By1lGXEtw7oDCYbA/s1600/Reservoir_Dogs_by_Tomaszelhombre.jpg" imageanchor="1" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXGTxCmnVqshXIA2-i5G_vAnW_AzjbE0Q_hKN087iXK2Cp7_c7MyKwgdGjOP2Vuyu7saSNTdhX6zW22rNXP1rrVVQw90ntaCpC2N4C2Tz8hlGy6veVoceKc-By1lGXEtw7oDCYbA/s1600/Reservoir_Dogs_by_Tomaszelhombre.jpg" height="215" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Finalmente
se reuniram. Por muitos anos andaram de lá para cá em caminhos diversos. Cada
um com suas experiências de vida, expectativas e com o prazo de validade delas
vencendo rapidamente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Reuniram-se na casa de DC, músico multi-instrumentista
de carteira, um sujeito calvo que outrora exibia uma cabeleira cacheada
castanha, um tanto, avermelhada que montou na garagem da sua casa, entre a churrasqueira
e as bicicletas das filhas, um mini estúdio com uma mesa usada de 24 canais de
mixagem. Foram muitos finais de semana movidos a sonhos e a latas de cervejas
solitárias revestindo paredes, pintando o teto. Recebia os convidados com o
sorriso largo, braços abertos e camisa desabotoada expondo os anos na sua gigantesca
barriga. A primeira a colocar os pés ali foi a, dengosa, DP, que possuía o
talento natural na sua voz mas o defeito sobrenatural de achar que o mundo
girava ao seu redor. Nunca engrenou na carreira de maneira propriamente dita
por não encontrar quem pudesse domar seu ego e colocá-la nos trilhos sendo uma
locomotiva desgovernada que não reparava que o tempo não a esperava nas estações.
O suor de DC era uma coisa quase
nauseante. E a DP com seu banho exagerado de perfume, sorria com certo receio.
Empurrando-a, logo atrás , o pequeno e franzino saxofonista DB empunhando seu
instrumento musical e o sexual com a outra mão sobre a calça olhando fixamente
os quadris da vocalista a sua frente. DB foi detido numa loja de lingiries observando
as mulheres fazendo compras e ele se masturbava entre as araras. Um bom
atestado de atentado violento ao pudor, que se safou com uma pena leve de
prestação de serviços sociais na limpeza pública por 120 horas, conseguida a
pedido de um amigo juiz. Fora isso, um talento só.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> O trio reunido fumava, bebia e conversava esperando o resto dos convivas.
Não tardou e a campainha da garagem soou. Era nada menos que mais dois
comparsas. DT e DV, respectivos guitarrista e baterista que tocavam juntos
desde os tempos da escola e passaram por estilos e fases que complementavam sua
discoteca com os discos preferidos. Pareciam irmãos de tão semelhantes. Ambos
de cabelos desgrenhados, barbas por fazer, corpos magros, inquietos e com
olheiras, obviamente alterados por artífices químicos, perfeitamente observados
pelo corrimento nasal constante que fora alegado como sinusite crônica.
Juntaram-se ao sofá que a esposa de DC, que se recusara participar fisicamente
desse encontro por considerar uma das coisas mais idiotas que ela podia
presenciar, pousou no meio daquele estúdio rudimentar e caseiro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Nesse quebra-cabeça de cabeças
quebradas, faltava uma peça, o baixista que se tornou uma prostitua do meio
musical por prestar seus serviços a quem pudesse bancar o seu cachê, DR. Era o
mais bem conservado fisicamente. Em outros aspectos era uma aberração de clichês
e de caráter violenta que suprimia frustrações. Adorava esportes, principalmente
os mais radicais. E brigas constantes foram sua rotina no passar dos anos e
perguntas surgiam de lá para cá de como ele ainda estava vivo depois de tantas
rusgas, afrontes, combates e situações adversas que o deixaram com cicatrizes e
os dedos das duas mãos quebrados. Todos enfim reunidos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Uma breve conversa sobre o projeto,
um grupo de <i>soul music</i> moderno, sem <i>covers</i>, sem releituras, apenas
as referências </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">e influências com os tempos atuais. Todos concordaram. O nome do
grupo teria que ser um marco. Um deboche. Um cuspe. Um significado. E como eles
eram cães vadios: </span><i style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Dog</i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> foi um consenso. Em seguida o algo mais. E de uma
voz quase urrando do baixista olhando para a janela sem prestar atenção ao
grupo, saiu, </span><i style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">With Soul</i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">. Dog with soul.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Em 2 horas de ensaio e 250 anos de discussões
sobre modo, estilo, caminhos a serem tomados, conseguiram compor 3 músicas: <i>Perdido
em Mim Mesmo</i>, <i>Porventura Lá Estou</i> e <i>Quebrando janelas e alguns
dentes para ser feliz</i>. Aplausos entre eles. Abriram as portas da garagem e
havia uma platéia de vizinhos, de amigos, familiares. Todos ali os olhando
batendo palmas acompanhando pedindo bis. Sorriso e espanto na cara de todos. Finalmente o reconhecimento. Finalmente os
anos não se foram em vão e terminariam ali com o começo de outros mais. Os
sonhos poderiam ser concretizados e não mais colados em papel machê embebidos em
álcool. E eles se deram conta de uma coisa. O tempo tinha passado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Esse tempo fora a seu favor dessa
vez. Não foi apenas às horas que se passaram foram dias de encontros para terem
o rumo apropriado. E o incentivo de todos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> O show deles estava pronto. Bastavam
poucos minutos para subir ao palco. Todos de mãos dadas. Uns orando, outros
esbravejando e alguns em silêncio profundo, concentrados. Ouvia-se a platéia em
polvorosa, amigos do passado, pessoas que passaram por suas vidas, inimigos,
desafetos, amores, filhos, pais, irmãos, pessoas que foram importantes para
todos estarem ali. Imagens passando diante deles como filmes curtos. Agora
chegara a hora. As cortinas se abriram. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> No quarto de sua casa, sozinho, ele
está de olhos fechados com lágrimas escorrendo pelo rosto e de braços abertos
apresentando seus sonhos. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-467381370697606822014-05-18T20:09:00.001-03:002014-05-18T20:16:14.494-03:00TOXICIDADE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLXuhXALmPAaPW8UokW1Vev5K78CoRH13UfCvDVsDC9-XACAdUAfmhiknHoNO6gJgKbbiZNaL4hI6s1sP7eMYa27e12AuJTrLFaukfAIq1nxNt3nxcZ-E6qMebNSSQKW04q0ejIw/s1600/z-beijos10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLXuhXALmPAaPW8UokW1Vev5K78CoRH13UfCvDVsDC9-XACAdUAfmhiknHoNO6gJgKbbiZNaL4hI6s1sP7eMYa27e12AuJTrLFaukfAIq1nxNt3nxcZ-E6qMebNSSQKW04q0ejIw/s1600/z-beijos10.jpg" height="226" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><b> Ele descia pelas escadas rolantes, à
noite, e sobre sua cabeça uma proteção de acrílico pichada. Olhava para baixo
como sentisse que descia além da rua. Que estava descendo pelo mundo. Descia
para um mundo que o cerca. Ele queria parar nas escadas, mas elas continuavam
suas engrenagens, roldanas e esteiras o levando para dentro daquele mundo o qual
ele descia. Fechou os olhos, respirou fundo e o ar encheu seus pulmões causando
dor.</b></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><b> Ao chegar, ele abriu os olhos,
correu-os de ponta à ponta com a mesma velocidade dos carros que zuniam pela
parte de cima da rua. Estava, ele, num viaduto, num desembarque de ônibus. Já
se sentiu assim, perdido, mas dessa vez parece que esse sentimento era
magnetizado o levando sem idéia para onde, porém sabido.</b></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><b> Ele se sentia amado. Sentia. Que
amava. Não sabia como preceder ao impacto disso. Considerava que a vida fosse
uma festa, mas que o tinha deixado do lado fora aguardando o apagar das luzes,
as músicas cessarem e os risos, aos poucos, silenciarem. Ele pode tudo. Ele
nada pode. Parado mesmo com o coração acelerado. Mexendo-se no mesmo lugar.
Perdido nele mesmo como fosse um cego num labirinto. Quer muito mais. Mas tem tão
pouco. Quer mostrar muito mais. Mais consegue ser tão pouco. Ele fica em pé,
contudo sente-se curvado como se um SER superior o empurrasse para baixo.
Digamos que seja a gravidade. Digamos que é sua culpa. Digamos apenas por
dizer, nas desculpas que se consegue no diálogo consigo, que pode ser tanta
coisa. Até amor ao extremo.</b></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><b> Uma toxicidade, num grosso modo
seria um efeito pernicioso de uma entidade que destrói os sistemas mais
complexos, como o ser humano. Um veneno que adentra no corpo, com sua absorção às
vezes gradativa outras repentina, demonstrando o quão nociva possa
apresentar-se, independente da sua ingestão. A essência é causar a degradação
consoante. Um beijo pode causar isso. Uma lembrança. Um ato. Um erro. Uma decisão.
Uma escolha. Ou uma sucessão desses exemplos. A conseqüência infama de efeitos
significativos consumindo dosagens. Ele se sente assim. </b></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><b> O duelo que outrora fez nada teve
resultado. As vitórias que conquistou nada tiveram de glórias. Conseguiu apenas
acelerar tudo que passa rápido demais. Não adianta segurar pelos cabelos o
tempo que só aumentou a rotação. Parece que ele engana a si mesmo.</b></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><b> Eu o vejo ali, aqui, acolá. Estou ao
seu lado mesmo não sendo notado. Ele exala essa toxicidade. Já fez muitas
pessoas ao seu redor serem felizes, porém também causou estragos como uma
enchente. Um gerador de catástrofes ao natural. Pouso minha mão no seu ombro e
com reflexo ele se esquiva. Não deixa ninguém se aproximar, ninguém o ajudar. Acha
que deve passar por tudo sozinho. Disseram uma vez para ele “você é radioativo;
faz mal as pessoas que lhe cercam, que aproximam de você”. Foi numa
brincadeira, eu sei, disse aos sussurros para ele, mas o excesso de veneno não
o deixa respirar. Continua perdido em si. Não permite a melhoria do estado de
sua armadura enferrujada. </b></i></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><b> O vento está lento, suave, como uma
brisa que acaricia. Ele fecha os olhos de novo. Enxerga imagens, rostos, situações,
amores. Sorri com o canto da boca, mais lembranças, mais cenas e sorri
abertamente e lágrimas escorrem pelo seu rosto. Não quer abrir os olhos. Não
quer ver o que tem pela frente. Ele quer apenas o antídoto. E finalmente aceita
o meu abraço por todos os abraços que queria ter.</b></i></div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-88523660342399584022014-03-23T22:16:00.001-03:002014-03-23T22:21:40.514-03:00Oração<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4IM2bApQ4TnL9BYTQQxFjEBQ7Q8vRtTNLsfIAilLffxJlASxSbO8sQCbeB7xmwhW5DptHPZoitdnwju39IBzL0oKa3iGE_XDVX4rFYqWrz0SFb7qh471CNfi1NxX05lsOOvYDDg/s1600/e76e00072c761e95938b2687396cf149.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4IM2bApQ4TnL9BYTQQxFjEBQ7Q8vRtTNLsfIAilLffxJlASxSbO8sQCbeB7xmwhW5DptHPZoitdnwju39IBzL0oKa3iGE_XDVX4rFYqWrz0SFb7qh471CNfi1NxX05lsOOvYDDg/s1600/e76e00072c761e95938b2687396cf149.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Existe
um momento na sua vida que se tem a sensação que perdeu algo. E o melhor de
tudo (sim, uma ironia) perder a si mesmo. Nesse momento você pensa o que Deus
tem contra você. Se ele é um sujeito com
humor tão sensível que pode mudar com os nossos atos. Vingativo. E nesses
momentos que, eu no caso, tenho vontade de chamá-lo para a briga.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Pergunto aos gritos sozinho
apontando para sua imagem na parede, em
frente às Igrejas, em postais, nos rosários, o que fiz de tão ruim assim que
volta e meia cai sobre mim uma avalanche de neve. Eu me pego rezando ao
desespero, largado a rotina de conversas caladas entre goles de cervejas que
amortecem meu cérebro e sensibilizam a rudeza de meus atos.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Perder-se consigo. Perder numa
aposta de jogos de azar. A sorte de acabar o dia já é comemorada. Os dias
passam. Sim, passam e com eles os fatos acontecem. Erros e mais erros somam
numa vida que eu tento modestamente manter equilibrada.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Quero fazer uma aposta maior. Aposto
uma competição com Deus, ele próprio sem sermões, sem padres, sem apóstolos,
obreiras, freiras, nenhum religioso de crença alguma, umbanda, variantes e variáveis.
Quero olho no olho. “Mano a mano”.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Cansado da cobrança de escolhas
outrora erradas. Os erros estão ai para serem consertados e não aparecerem
outros que só vão afundar nessa areia movediça que se tornou à vida. Não quero
ter que encontrar uma outra vida em outra esfera para ser feliz. Preciso ser
feliz hoje, amanhã, mais tardar até o fim da semana. Mas você não quer. Não
aceita os meus erros. Não concorda com as justificativas e pune. Com rigor e
com sadismo. Deus venha, estou te esperando, a competição está em pé. Venha até
aqui! Eu cuspo no chão e você só tem que pisar em cima e arrastar o pé para selarmos
o acordo.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Eu estou preparado para encarar
você? Alguém vai perguntar. E eu vou dizer: Óbvio, que não! Mas cansei de
apanhar em silêncio. De ser empurrado morro abaixo e depois ser puxado de volta
e novamente empurrado.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Deus eu te amo. Mas o amor sem
limites não é saudável. Peço que me ajude. Peço que só o faça uma vez. Ou se
muito poucas vezes. A minha fidelidade sempre existiu e como amigos temos o
direito de discordar. Não preciso apanhar sempre. Não precisamos.</span></i></div>
<i style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Estou esperando. Vou lá fora
esquentar o motor do carro. As portas da garagem estão abertas para você entrar
sem bater. Como se isso fizesse alguma diferença. Em nome do Pai, Filho e Espírito
Santo, Amém. </span></i>Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-27466668451362798162014-02-25T10:17:00.000-03:002014-02-25T10:31:43.819-03:00Conhecidas Tatuagens Perdidas<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i> </i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_nB6Kl6hn4iPyTRIxpNhyphenhyphenK_M0tFhqbC5uDpw0zYgy7DRlrw7Aw-3ZyzvTt8sQqb9VCzLoLkFWHrnxUWKeWweMaPOfeG-O9p38dAfCztzfOH2PQVuXYDxwFha_-POh9XM7CQTe6Q/s1600/garota-preto-e-branco-tatto-tatuagem-favim.com-341168.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_nB6Kl6hn4iPyTRIxpNhyphenhyphenK_M0tFhqbC5uDpw0zYgy7DRlrw7Aw-3ZyzvTt8sQqb9VCzLoLkFWHrnxUWKeWweMaPOfeG-O9p38dAfCztzfOH2PQVuXYDxwFha_-POh9XM7CQTe6Q/s1600/garota-preto-e-branco-tatto-tatuagem-favim.com-341168.jpg" height="274" width="320" /></a></i></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Ela tem tatuagens pelo corpo. Uma
árvore de corações vermelhos balançando ao vento. Tem a estrofe de uma canção
no braço que deveria dizer muito mais a alguém e não foi ouvida. Tem uma roda
gigante na panturrilha em homenagem ao mundo idílico do filho. Ela tem a frase
de um texto de um autor desconhecido que para ela representava muito mais do
que se imaginava. Tem o pé do seu filho registrado no antebraço, recém nascido.
Meia dúzia de gatos no outro braço que representam a passagem. Lembranças.
Família até. </i></span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i> Ele
tem um super-herói saltando das suas costas para fora. Pensa que pode salvar o
mundo. Que dele sai o algo mais. No braço o rosto sombrio de um personagem
sarcástico sorri entre sombras e pouca luz. Identifica-se com o humor cáustico
e corrosivo quase criminoso. O terror de toda a criança, um palhaço mau. Mas é apenas um palhaço.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i> Ela
tem flores correndo pela perna direita formando um lugar para deitar. Um jardim
de deleite e de frescor para consigo e para quem convidar. E mesmo assim com
espinhos ávidos para deixar sua marca repelindo quem não quer junto.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i> Ele
tem asas nas costas cobrindo toda a extensão. Numa mistura angelical e
demoníaca. De sonhadora e protecionista. De distante e inatingível.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Ela
tem o símbolo OMM no ombro esquerdo buscando a paz e o equilíbrio.</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ele
tem um código de barras perto do pulso direito na parte interna, querendo
provar uma singularidade e identidade.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Ela
possui uma boneca mexicana representando o dia dos mortos. Acredita na cultura
latina. No misticismo. E numa boa rodada de tequila quinta à noite.</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ele
possui um escorpião pronto para atacar no peitoral demonstrando agressividade,
medo e um ser viril. Talvez se escondendo. Talvez provocando.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Ela
tem uma pimenta vermelha perto da sua virilha e um coração sobre a região pubiana
de pêlos raspados. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ele
tem um dragão que contorna seu dorso até a pélvis com a língua e a cabeça
explodindo em fogo e testosterona. E nem imagina que o ser que possui é um
símbolo feminino.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i> Ela
tem estrelas cobrindo seu cóccix para abrilhantar seus quadris, seus glúteos
arredondados, volumosos criando um Universo de fetiches e desejos. A marca do
sol assina o pequenino caminho entre o impróprio e o cobiçado.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Ele
tem uma parábola de Buda atrás do pescoço e Deus no peito. Na canela, Iemanjá. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ela tem o terço contornando o braço. Iniciando na mão, pelo dedo anular até o antebraço. Terminando na parte interna.</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Ele
tem o distintivo do seu time de futebol de coração estampado no cotovelo que já
se chocou com o rosto de tantas pessoas quantos os títulos que ele vibrou ao
vencer e chorou quando os perdeu. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ela tem pequenas pegadas de um felino no seio esquerdo até a auréola dos mamilos. O verão coroa a pele bronzeada e realça os triângulos que tapam o segredo dos seus seios siliconados.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i> </i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i> E
os dois não se conhecem. E não são apenas dois. São todos que estão por aí. São
tantos que se perdem na multidão. Conhecidos. Como amores passados e recém
encontrados, tendo apenas em comum a incomum forma de tatuar. Tatuagens desses
amores perdidos.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-87104650811241366292014-01-06T16:04:00.001-02:002014-01-06T16:10:36.420-02:00DISCOS RISCADOS - Volume III<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT797BC7h4QKMT6O-kiO7ffJGTwR8EIXv-GmzfOZlGklFIVcapr3iKtXyD1qkmaxf9vGFqkINJ9ysN5hiTFqrXuhB1yilHwEW-SVGetYhEisestcaCT1S2EPZCM4jjs5yAIIJDkQ/s1600/disco_vinile_che_esplode.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT797BC7h4QKMT6O-kiO7ffJGTwR8EIXv-GmzfOZlGklFIVcapr3iKtXyD1qkmaxf9vGFqkINJ9ysN5hiTFqrXuhB1yilHwEW-SVGetYhEisestcaCT1S2EPZCM4jjs5yAIIJDkQ/s1600/disco_vinile_che_esplode.jpg" height="180" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>No chão de concreto à beira do
fim do terminal de ônibus, jaz uma garrafa de cerveja long neck, ainda com um
pouco de líquido, saliva, digitais e lembranças. Com a minha sombra em cima
dela, observo, penso no meu dia. Sinto na boca o gosto da bebida. Mas há muito
mais nisso. Há as lembranças deixadas logo atrás, umas quadras passadas. Ou o
gosto da saliva de tantas bocas, porém só uma tem sabor. E as marcas na pele
dessa boca.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Continuo o caminho. Subo a rua
íngreme escalando vontades. Imagino minha vida poderia ser diferente. Se eu em
vez de subir a rua a dobrasse logo em seguida. Se eu descesse de costas. Se eu
corresse em vez de caminhar. E todas essas cenas criam um carrossel musical,
como um balé cheio personagens movidas pelas caixas de som que ouço a todo volume na minha
cabeça.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Sou um compositor regendo uma
melodia no mundo nada silencioso da minha cabeça. O movimento dos meus braços
ao andar, do gingado dos quadris, da marcação das minhas piscadas seguindo o
acelerar dos meus olhos de lá para cá.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>A música martela na cabeça como
se a moldasse sobre uma bigorna transformando o metal quente numa espada que
corta caminho pelas situações da vida.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Parece às vezes que nessa minha
composição dentro da caixa craniana, se dissolve em poesias e letras
prontas que sensibilizam. Sou o pianista fazendo a harmonia, o contrabaixista
guiando a base, o percussionista marcando, o homem das cordas elétricas,
guitarras distorcidas de riffs cortando e criando o clímax da música. </i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>E todas essas músicas se tornam
uma que eu repito dezenas de vezes como quem está num estúdio gravando-a e
acertando os detalhes de mixagem. E de seu começo acaba mudando algo ali
outro aqui, diferenciando-a. Pode ter duas versões dela mesma.</i></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Tal como dois vasos lado a lado
postos em cima de uma mesa central de jantar. Coroando ao seu redor com velas
acesas de talo longo. E os vasos diferenciam-se mesmo sendo iguais tais como gêmeos. Um carregando uma planta
viva, outra, uma cópia barata da mesma em plástico querendo dar vida. Se
ficarmos quietos, ouviremos a canção que deles partem. Enquanto as velas forem
se apagando lentamente permanecendo inertes. Como uma garrafa vazia num chão de
concreto em plena rua. </i><br />
<i><br /></i>
<i>E a música está pronta.</i></div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-34711749.post-69787626875129716152013-12-16T14:19:00.001-02:002013-12-16T14:19:34.586-02:00Introdução em Queda Livre<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicqIQMDCqOikxZ0YyLuETPtfihWJAkRP0eFooZCjo6Benut6RhPUdarhxys1StBwyGktEDs7522PDbAmXJ7SCHdz4_32OIs9Od-gta6jmJRNSdXcrfV_IsKWKVDHrl_NcNgU_9PQ/s1600/Como-Saltar-de-P%C3%A1ra-Quedas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicqIQMDCqOikxZ0YyLuETPtfihWJAkRP0eFooZCjo6Benut6RhPUdarhxys1StBwyGktEDs7522PDbAmXJ7SCHdz4_32OIs9Od-gta6jmJRNSdXcrfV_IsKWKVDHrl_NcNgU_9PQ/s1600/Como-Saltar-de-P%C3%A1ra-Quedas.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Sempre
esperamos algo mais, não é?! </i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Com o
aproximar dos minutos do ano que finda, despedimo-nos do cansaço e das
frustrações como por um passe de mágica. Apoiamos na esperança de que tudo será
melhor e o que é ruim, complicado passará ou sumirá. Realmente nós ocultamos as
partes não boas. As jogamos para debaixo do tapete esperando – palavra mágica –
com ardor, que num golpe de sorte surja a solução dos céus. Sempre falamos
sobre isso. Todo ano. E a “sujeira” aparece levada pelo movimento das coisas.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>E quando ela vem
à tona, vem com força. Soco na boca. Arrancando os dentes. Mesmo que você os
ranja. Mesmo que solte o verbo e mande tudo ao inferno. Nesse caminho
encontrará amigos, conhecidos e outros que ficaram por aí.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Uma passagem
rápida de 365 dias. Um fast forward
4x. Acelerado. Passam com volúpia. Para tantos esse ano teve surpresas.
Conheceram pessoas. Desvincularam a outras. Brigas de rua. Brigas de casais.
Separações. Encontros. Desencontros de ideias, de palavras, de pessoas e de
sentimentos. E passou rápido, não é?! Mas mesmo assim esperávamos mais!</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>O próximo ano
tem a auréola santificada de boas novas e com isso uma pressão que causamos.
Refletimos nossas vidas através do investimento de que tudo será bom. E como
sempre, tudo tem dois lados. Quem paga também recebe. </i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Sentimos como
se caíssemos em queda livre a 15 mil pés (faça o cálculo convertido, rápido!)
para o que vier. Queremos sair de maneira furtiva e escapar pela culatra dos
problemas. Vou confessar algo bem baixinho, quase sussurrando, não adianta! Os
problemas estarão ali, nas prateleiras do seu quarto escuro, expostas nos
rótulos, as datas de quando começaram e dentro de seus recipientes, como jarras
com tampo onde prendemos insetos, como moscas que ficam se debatendo
desesperadas.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Não está
gostando do que está lendo, não é?! Pena. Absurdo. Não agradar a todos. Sim,
isso é ironia com todas as boas intenções que o deboche pode causar. Aqui não é
um texto que vai elevar seu espírito e nem destruir sua vida promovendo a dor.
Ninguém quer que você vá agora diante da janela, abra-a e jogue-se do 10º andar.
Se o fizer isso só provará o quanto imbecil e covarde você é! E caríssimo, eu
admito, mesmo que passe na sua cabeça, você sabe eu sei, que é bem melhor que
tudo isso! Que pode e deve enfrentar esse próximo ano com o sangue fervendo
pronto para a briga. Você agüentará mais alguns “rounds”. Eu agüentarei, porque
você não?!</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i> Muita coisa dependerá de mim nesse ano. E
com certeza farei de tudo para colocar todos os pinos nas juntas. A vida continua. As vidas continuarão.
Principalmente as que dependem de mim.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Boas festas.
Feliz Natal. Próspero ano novo. Ora, não achava que eu não iria parabenizar a
todos. Com sorriso amarelo e com gosto de sangue no canto da boca.</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Renato "Hell" Albasinihttp://www.blogger.com/profile/05067916698977225369noreply@blogger.com